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102 titles
- DirectorBernhard WickiStarsMarlon BrandoYul BrynnerJanet MargolinA war pacifist is blackmailed to pose as an SS officer and to disable the scuttling explosives on a freighter carrying rubber cargo to be captured by the Allies.[Mov 07 IMDB 6,9/10 {video}
MORITURI
(Morituri, 1965)
''Japão, 1942. Mueller (Yul Brynner), um capitão da marinha nazista, mostra-se irritado por ser obrigado em aceitar uma tripulação composta em parte por criminosos. Entretanto a missão é urgente, pois parte do carregamento são sete mil toneladas de borracha pura, que servirão para calçar as tropas alemãs na Europa. Robert Crain (Marlon Brando), um desertor alemão que vive na Índia, é chantageado por Statter (Trevor Howard), um coronel do Serviço de Inteligência Inglês, que quer que Crain embarque neste mesmo navio se fazendo passar por um SS da Gestapo, pois este carregamento também é importante para os Aliados. A função de Crain é desativar todos os explosivos, que farão o navio afundar quando o capitão sentir que sua carga será capturada pelo inimigo." (Filmow)
"Que filme incrível, estou surpreso por que eu estava esperando um filme de espionagem típico da Segunda Guerra Mundial divertido e pouco mais, e acho uma teia tecida perfeitamente, rígido, seco, áspero, com momentos de verdadeiro valor e filme político que ainda é difícil ver em filmes atuais que não dizem nada, nos anos sessenta. Há mais detalhes, muito mais e todos eles respondem a personagens desenhados por politicos. Temos um roteiro perfeito, sem maneirismos aqui os americanos não são nem bonito, nem alto, nem moralmente superior. Os britânicos também o mesmo em qualquer momento, não podemos nos posicionar para ninguém, porque todos são pessoas igualmente ruins, para dizer o mínimo. Então, temos os detalhes importantes ao lado esse script ... foto de Conrad Hall (Estrada para Perdição, A Sangue Frio, com música de Goldsmith, bem composta, personagens com passado, presente e futuro descritas e caracterizados com dois detalhes, a atenção também como este tiro ambos os níveis de ao ar livre dentro do barco como o uso de ilusões ópticas para confundir (eu estou perto, estou longe). Eu realmente não sei porque não coloquei um 10, se eu vi um filme atual agora com 60% de coragem que tem, provavelmente iria colocá-lo e acima de tudo (e olha que eu coloco todas as minhas opiniões), sim senhores, chato que eu sou / nós estamos cansados de assistir a filmes que tem insuportáveis elogios que qualquer outra coisa. Aqui está a mensagem, os personagens, o ritmo, mas acima de tudo um filme impressionante que deve-se descobrir agora. Filme nomeado para Oscar de melhor fotografia em preto e branco em 1965." (Lovecraft)
38*1966 Oscar
Arcola Pictures Colony Productions Twentieth Century Fox Film Corporation
Diretor: Bernhard Wicki
1.849 users / 151 face
Check-Ins 29
Date 17/07/2012 Poster - #### - DirectorScott SilverStarsClaire DanesOmar EppsGiovanni RibisiThree problem teens sent to jail are offered a deal to work with an undercover cop, uncover an intricate drug ring and are caught in a deadly set-up. With cops on their trail, they have little time to solve the case and clear their names.[Mov 04 IMDB 4,0/10] {Video/@} M/16
MOD SQUAD - O FILME
(The Mod Squad, 1999)
''Para escapar da cadeia, três jovens problemáticos, Julie, Pete e Line, aceitam trabalhar como agentes especiais da polícia. Em sua primeira missão, eles encaram um poderoso grupo de bandidos envolvidos com a prostituição e o tráfico de drogas.'' (Filmow)
Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Diretor: Scott Silver
7.194 users / 60 face
Soundtrack Rock = Morphine + Björk + Curtis Mayfield + The Breeders + Crash Test Dummies
Check-Ins 53 21 Metacritic
Date 13/09/2012 Poster - #### - DirectorAnatole LitvakStarsKirk DouglasDany RobinBarbara LaageA former soldier on holiday in the French Riviera recalls his time in France during WWII, and his love for a French peasant woman.[Mov 06 IMDB 6,7/10] {Video}
MAIS FORTE QUE A MORTE
(Un acte d'amour, 1953)
''Kirk Douglas interpreta Robert Teller, um soldado americano que participa da libertação da França em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele quer se casar com a pobre Lise (Dany Robin) para que não a prendam, já que é prostituta. Mas seus planos vão por água abaixo quando seus superiores não permitem a união. Eles a consideram oportunista. Mas Lise está muito apaixonada por Teller e prova esse amor de uma maneira trágica." (Filmow)
Benagoss Productions
Diretor: Anatole Litvak
344 users / 12 face
Check-Ins 54
Date 13/09/2012 Poster - - DirectorJonathan LevineStarsNicholas HoultTeresa PalmerJohn MalkovichAfter a highly unusual zombie saves a still-living girl from an attack, the two form a relationship that sets in motion events that might transform the entire lifeless world.[Mov 04 IMDB 6,9/10] {Video/@@@@} M/59
MEU NAMORADO É UM ZUMBI
(Warm Bodies, 2013)
***
''O oportunismo é a marca de "Meu Namorado É um Zumbi", adaptação do best-seller Sangue Quente, de Isaac Marion. O filme aproveita a moda dos zumbis, mas introduz um elemento que arruína a essência da mítica criatura ao apresentar um morto-vivo capaz de se apaixonar. A história de amor entre um rapaz sobrenatural e uma garota bem vivinha remete à saga Crepúsculo, que também arrasa com as características tradicionais das criaturas - vampiros, no caso. Em um futuro próximo, boa parte da humanidade foi destruída por um vírus, que transformou as pessoas em zumbis. Aterrorizados, os sobreviventes ficam em estado de alerta, temendo investidas de seus antigos semelhantes. Estes foram confinados atrás de muros. O zumbi R (Nicholas Hoult) salva Julie (Teresa Palmer) de ser atacada por seus companheiros, que vagam em um aeroporto abandonado. Julie faz parte de uma brigada de combate aos zumbis, ao lado do namorado, que é morto por R e tem o cérebro comido pelo assassino. Ao ingerir os miolos, R incorpora a memória e os sentimentos do rapaz e cai de amores pela garota. Como o amor opera milagres, R vai voltando aos poucos à vida: sua temperatura corporal sobe, ele fica menos pálido, começa a falar e se move de forma cada menos bruscos. Sensível à metamorfose, Julie corresponde ao afeto. Preocupado com a sorte de seus companheiros zumbis, R percebe que pode salvá-los. Para tanto, o casal precisa superar dificuldades aparentemente intransponíveis. Além de evidentes paralelos com A Bela e a Fera, o filme tem similitudes com a história de Romeu e Julieta, cujos amantes também pertencem a clãs que digladiam. Além do zumbi que ama, a única novidade do filme dirigido por Jonathan Levine, que também assina o roteiro, é contar a história do ponto de vista do morto-vivo. Mas nem isso é tão inovador, afinal, Sangue Quente é em primeira pessoa." (Alexandre Agabiti Fernandez)
''Com planos de fazer pelos mortos comedores de cérebro o que Crepúsculo fez pelos Vampiros, ''Meu Namorado é um Zumbi'' chega aos cinemas deixando de lado o terror e crítica política, típicos das obras de George A. Romero, por um romance açucarado cheio de crises adolescentes. Os fãs dos zumbis têm tudo para se irritar com essa versão apocalíptica de Romeu e Julieta, porém os mais jovens, no auge de suas angustias e descobertas, terão muito com o que se identificar. Na onda da série Walking Dead e baseado no romance Sangue Quente, de Isaac Marion, o longa se passa oito anos após o apocalipse zumbi. Nicholas Hoult é R, um morto-vivo que não lembra nem do próprio nome e, durante uma visita à cidade para encontrar comida (pessoas), mata o namorado de Julie (Teresa Palmer), por quem se apaixona instantaneamente. Ele, então, a leva para o aeroporto onde vive com uma horda de mortos-vivos. Lá, em seu avião decorado com objetos que colecionou ao longo dos anos, os dois passam a se conhecer melhor. É claro que no começo a garota fica com medo de R e tenta fugir, mas com o tempo entende que ele ainda possui um resquício de humanidade. Juntos, exploram a coleção de discos de vinil do garoto. Músicas como Hungry Heart, de Bruce Springsteen, Rock You Like a Hurricane, do Scorpions e Shelter From the Storm, de Bob Dylan, embalam os adolescentes e dão tom nostálgico à ótima trilha sonora. As coisas se complicam quando a garota decide voltar para casa. Para isso, R e Julie precisam enfrentar dois sérios problemas: os esqueletos, mortos-vivos que deixaram completamente sua humanidade de lado e comem qualquer coisa que se move, e Grigio, pai de Julie e comandante de um dos últimos acampamentos humanos que restaram – dois grupos que não aceitam mudanças. Esse é o segundo filme em que o diretor Jonathan Levine (Doidão) usa humor para tratar sobre vida e morte. Enquanto o longa 50% é mais realista e mostra a luta de um jovem contra o câncer, Meu Namorado é um Zumbi usa fantasia e ícones da cultura pop como pano de fundo para tratar da depressão do adolescente R diante de uma realidade que não condiz com suas expectativas. Levine faz um bom retrato da alienação adolescente e seus diferentes graus de conformidade, porém nunca cruza a linha que transformaria o discurso em algo político, como Romero faria. Isso, aliado a longos momentos de ternura entre o casal, praticamente sem ação alguma, deixam a narrativa tediosa. A coisa só esquenta mesmo quando os pombinhos encontram Nora (Analeigh Tipton), amiga de Julie. A garota injeta boa dose de humor na trama, que poderia ser totalmente centrada na interação desses três personagens. Claro que não faltam referências a filmes do gênero, como Terra dos Mortos e Madrugada dos Mortos. O uso de ângulos abertos, panorâmicas e paletas acinzentadas aprofundam o clima de fim do mundo, com direito até a jornais abandonados nas ruas com manchetes sobre a crise dos zumbis. Entretanto, o bom trabalho de ambientação é manchado pelos péssimos efeitos especiais, tão ruins quanto os da Saga Crepúsculo, com esqueletos mal animados e péssimas (e dispensáveis) cenas do interior do corpo humano. Desafiando todos os aspectos estabelecidos por Romero sobre mortos-vivos, ''Meu Namorado é um Zumbi'' é uma comédia romântica amigável, com alguns momentos de suspense e pouca ação. O longa deve acertar em cheio o gosto do público que ficou órfão de Crepúsculo e também agradar a admiradores de comédias românticas com sua mensagem positiva sobre como enfrentar a vida. O melhor de tudo é que aqui nenhum personagem brilha ao Sol." (Daniel Reininger)
"Um sinal claro da banalização atual do tema "zumbi", para uma nova geração que talvez nunca conhecerá as grandes obras dos anos 1960-1980. Uma das bombas do ano, com certeza." (Alexandre Koball)
Summit Entertainment Make Movies Mandeville Films Quebec Film and Television Tax Credit
Diretor: Jonathan Levine
192.315 users / 80.407 face
Soundtrack Rock = Jimmy Cliff + The Black Keys + Guns N' Roses + Bruce Springsteen + Bob Dylan + Scorpions + Roy Orbison + The National + The Mynabirds + M83 + Delta Spirit + Bon Iver
Check-Ins 594 38 Metacritic
Date 06/08/2014 Poster - ##### - DirectorJoss WhedonStarsAlexis DenisofAmy AckerFran KranzA modern retelling of Shakespeare's classic comedy about two pairs of lovers with different takes on romance and a way with words.[Mov 07 IMDB 7,3/10] {Video/@@@} M/78
MUITO BARULHO POR NADA
(Much Ado About Nothing, 2012)
Desconstruindo Shakespeare.
''Em um breve período de férias após as filmagens de The Avengers – Os Vingadores, Joss Whedon reuniu amigos e família em sua bela casa em Santa Monica para aliviar o estresse da desgastante maratona e poder retornar à pós-produção do blockbuster. O passatempo: adaptar uma obra de William Shakespeare. Nada de figurino, maquiagem ou design de produção para remontar à época referente à peça em questão; apenas o texto seria mantido, um desafio tremendo diante de sua ambição de levar o resultado daquelas poucas e descontraídas semanas no subúrbio norte-americano para a telona. Pois, o que teria tudo para ser uma despretensiosa adaptação cinematográfica, diante de tamanha limitação de tempo, espaço e orçamento, Whedon transforma na releitura mais ousada e inventiva para o clássico "Muito Barulho Por Nada". Nesse novo projeto, os fãs do virtuoso cineasta (que não são poucos) irão reconhecer uma das principais características daquele que perverteu o estereótipo da loirinha frágil, vítima indefesa de todo filme de terror, e elevou Sarah Michelle Gellar à condição de corajosa algoz de criaturas sobrenaturais em Buffy – A Caça-Vampiros (Buffy, 1997–2003): a subversão, característica presente tanto no tratamento de convenções sociais (a obra tinha uma proposta feminista), como em seu exercício de linguagem, ao ponto de experimentar um episódio mudo, outro sem trilha sonora e um aclamado musical em uma série de TV de terror/fantasia (mídia e gênero que fariam 9 em cada 10 realizadores recorrer apenas a ganchos comerciais, não experimentalismos). É essa ousadia em forma e conteúdo que caracteriza a nova versão da comédia, desenvolvida com extrema criatividade, ironia e coesão durante toda a projeção. A proposta, porém, gera certo enfado nos minutos iniciais, devido à manutenção da linguagem rebuscada e da entonação teatral do texto original. Outros elementos são mais facilmente adaptados, sendo os costumes da aristocracia inglesa substituídos por equivalentes contemporâneos da alta classe norte-americana, com personagens em ternos italianos sob medida, o presidencial Lincoln como veículo e o som aprazível do Jazz a emular a música clássica. Mas a ideia é mesmo gerar estranhamento, e a opção por um preto-e-branco todo desenvolvido dentro da escala de cinza, que a princípio surge como falta de apuro e grande equívoco, se configura como uma brilhante extensão do conceito proposto por Whedon: em um universo em que o novo e o velho coexistem, nada mais coerente que rodar o filme num p&b sem contraste de iPhone – e que denota uma falsidade em reproduzir o passado que encontra paralelo com a adoção de uma eloquente encenação em inglês britânico de 1600 em plena América do século XXI. Pelo estabelecimento deste cenário, Joss Whedon suscita uma reflexão das mais provocativas: a obra shakesperiana se mantém atual, como prega o senso comum, ou estaria defasada? A provocação se intensifica pelo modo "inocente" com que se constroi a história de amor de Claudio (Fran Kranz) e Hero (Jillian Morgese), e depois ganha forte apelo satírico quando o casal se junta a Dom Pedro (Reed Diamond) e Leonato (Clark Gregg) no plano besta de fazer os desafetos Benedick e Beatrice (desenvolvidos como divertidíssimas caricaturas por Alex Denisof e Amy Acker) se apaixonarem. O antagonista Dom João (Sean Maher) é construído de forma propositalmente maniqueísta, e sua escusa relação com Conrad (escrachada em uma cena de masturbação supostamente [e deliberadamente nada] sutil) torna-se uma divertida confusão de gênero ao escalar a atriz Riki Lindhome como intérprete do comparsa – e é aqui que se nota o ponto alto da subversão do diretor e roteirista, que, num cínico pacto de não-agressão ao conservadorismo do público norte-americano, escala um homem e uma mulher para interpretar o casal gay. Excelente diretor de elenco, o cineasta nova-iorquino faz jus à fama de Much Ado About Nothing ser um dos textos mais hilariantes da consagrada obra do bardo inglês em cada cena envolvendo o condestável Dogberry (Nathan Fillion) e o funcionário Verges (Tom Lenk), num humor pastelão que ainda constitui um julgamento atemporal à inteligência e sanidade dos órgãos militares. Isso também evidencia que a deliciosa paródia não tem a intenção de se posicionar contra uma tradição ou um tempo em específico, mas o de ironizar tudo quanto possível, a exemplo da crítica ao excesso de gadgets na sociedade contemporânea, proporcionalmente inverso a uma falta de privacidade que atrapalha até a secular ação criminosa dos vilões Dom João, Conrade e Borachio (Spencer Treat Clark). Assim, mais uma vez Joss Whedon transforma uma grande reunião entre amigos (todo o elenco trabalhou ao menos uma vez na carreira com o cineasta) num projeto muito bem-sucedido. A descontração e a dedicação dramatúrgica que o entrosamento entre diretor e atores proporciona, assim como o resultado elegante do audacioso exercício de linguagem cinematográfica adotado, são signos da admiração de longa data do cineasta por William Shakespeare (como a morte de uma personagem da série Angel [idem, 1999-2004], nos moldes de Romeu e Julieta, já comprovara anos atrás). Desse modo, a adaptação da famosa comédia tanto funciona como uma sátira ao próprio Shakespeare, quanto se revela uma inspirada homenagem ao cultuado escritor – complexidade que constitui a ambivalência e a ironia que marca toda a trajetória profissional de Joss Whedon."(Rodrigo Torres de Souza)
''Hoje em dia, adaptar as peças do dramaturgo inglês William Shakeaspeare para o cinema parece mesmo um desafio audacioso. Primeiro, pode calhar do público mais jovem – a quem o filme em questão parece direcionado – não comprar a estética dos diálogos longos e rebuscados, deixando uma sensação deveras teatral. Principalmente se a obra se ater rigidamente as considerações mais clássicas. Segundo, nem sempre se encontra um elenco comprometido para desenvolver histórias onde o ponto alto é a citada retórica requintada. Atores despreparados podem resultar em um apanhado brutalmente artificial. Em um fio tênue entre a primeira e a segunda consideração se estabelece ''Muito Barulho por Nada'', do diretor norte-americano Joss Whedon (o mesmo do blockbuster Os Vingadores). O ''Muito Barulho por Nada'' de Joss Whedon pode incomodar quem espera uma atualização radical dessa clássica e refinada comédia de Shakeaspeare. E o elenco formado em sua maioria por atores que habitaram as séries de TV produzidas pelo diretor, por vezes, parecem estar um tom acima ou abaixo do texto. No entanto, o clima descontraído e de galhofa traz para a obra um progressivo encantamento, bastante peculiar, e as poucos vai abstraindo o estranhamento advindo da paradoxal direção de arte modernosa. Afinal, mesmo o roteiro adaptado por Whedon manter os diálogos do original, o filme aparentemente se passa nos dias atuais. Mas como tudo parece tão minimalista, diria até uma especie de ensaio filmado, não existe uma precisão sobre seu tempo, deixando-o ainda mais descompromissado. Totalmente filmado na suntuosa residência de Joss Whedon, caprichando assim no intimismo, Muito Barulho por Nada traz a história de Dom Claudio (Fran Kanz), um jovem nobre que se apaixona pela bela Hero (Jillian Morgese). Com o aceite do pedido de casamento de Claudio à Hero pelo seu pai, Leonato (Clark Gregg), também governador local, o casal passa a conspirar junto ao Príncipe Pedro (Reed Diamond) para unir dois amigos que não se suportam, Beatriz (Amy Acker) e Benedito (Alexis Denisof). Contudo, a felicidade e paz começa a ser ameaçada pelo invejoso Dom João (Sean Maher), que encontra aliados no prepotente e sedutor Borachio (Spencer Treat Clark) e na bela Conrade (Riki Lindhome). Essa última, no texto original era um homem, mas aqui aparece como uma jovem manipuladora. Não precisa ir muito longe para se perceber que a ciranda amorosa envolvendo complôs, maquinações e muito romantismo são a tônica predominante de ''Muito Barulho por Nada''. Curiosamente, a mansão de Whedon, com diversos cômodos, é pontual para estabelecer as constantes espiadelas nas conversas alheias. Algumas dessas situações rendem risadas sinceras. E com a evidente fragilidade do envolvimento entre Claudio e Hero – Jillian Morgese entrega uma interpretação pálida -, faz com que os divertidos Beatriz e Benedito tomem o filme para si. De fato, a dupla faz um casal bastante carismático. A eficiente atriz Ashley Johnson, fazendo uma empregada espevitada e um tanto enrolada, acaba também por ser um dos bons alívios cômicos, além de participar das cenas mais sensuais. O elenco descolado, mesmo claudicante em alguns instantes simbólicos, talvez seja o principal fator de identificação do público com essa versão de ''Muito Barulho por Nada''. Segundo se afirma, Joss Whedon procurou de alguma maneira identificar o interprete no filme com a personalidade do personagem que o mesmo fez em determinada série. Ou seja, existe muita referência para os fãs de trabalhos como Dollhouse e Firefly. Com essa roupagem moderninha imbuindo o texto e ainda o estigma de produção independente, creio que a opção por uma fotografia em preto e branco não seja um disparate. Até mesmo por existirem suposições veladas durante a narrativa de que tudo tenha sido captado pela câmera de um celular, e posteriormente descolorido o vídeo. É um raciocínio válido, visto que de outra maneira, a opção estética pode parecer apenas uma bobagem. Eventualmente, esse ''Muito Barulho por Nada'' pode desagradar aos admiradores mais inflexíveis de Shakeaspeare, especialmente se comparado ao homônimo de 1993 dirigido pelo “shakeaspereano” Kenneth Branagh. Todavia, não deixa de ser um entretenimento charmoso, agradável, além de uma forma bastante válida de redescobrir um dos mestres da dramaturgia mundial." (Cinema Detalhado)
Bellwether Pictures
Diretor: Joss Whedon
12.354 users / 24.953 face
Check-Ins 584 37 Metacritic
Date 21/06/2014 Poster - ##### - DirectorKenneth BranaghStarsKenneth BranaghEmma ThompsonKeanu ReevesYoung lovers, and soon to wed, Hero and Claudio conspire to get verbal sparring partners and confirmed singles, Benedick and Beatrice, to wed as well.[Mov 08 IMDB 7,4/10] {Video/@@@@}
MUITO BARULHO POR NADA
(Much Ado About Nothing, 1993)
''Após uma batalha, um príncipe siciliano e sua comitiva chegam a uma vila italiana, onde são bem recebidos. O amor pode vir até a florescer no local, mas existem pessoas interessadas em semear a discórdia." (Filmow)
51*1994 Globo / 1993 Palma de Cannes
American Playhouse Theatrical Films Renaissance Films
Diretor: Kenneth Branagh
34.449 users / 2.393 face
Check-Ins 585
Date 22/06/2014 Poster - ####### - DirectorSpike LeeStarsDerek LukeMichael EalyLaz AlonsoSet in 1944 Italy, the story of four black American soldiers who get trapped in a Tuscan village during WWII.[Mov 05 IMDB 6,1/10 {Video/@@@} M/37
MILAGRE EM STA. ANNA
(Miracle at St. Anna, 2008)
"Há filmes que se perdem por falta do que dizer. "Milagre em Santa Anna" corre o risco de se perder por excesso do que dizer. No início temos uma ação policial: um pacato funcionário dos correios mata friamente um cliente que aparece à sua frente. Quem é esse homem? Por que fez isso? Tudo que se descobre é uma cabeça de estátua italiana, perdida desde a explosão de uma ponte, durante a Segunda Guerra Mundial. Somos então projetados, em flashback, de 1983 para 1944: Segunda Guerra, avanço dos Aliados na Itália, um batalhão de soldados negros na luta por Santa Anna, cidade da Toscana. É então que as várias linhas que desenvolve Spike Lee no roteiro de James McBride começam a se desenvolver e, não raro, se acotovelar no filme. Há o racismo dos oficiais, para começar (os soldados atravessam um rio, o que era sua missão; o oficial não acredita neles apenas por serem negros). Depois, há o conhecimento que passamos a desenvolver do grupo: o honesto Stamps, o sargento disposto a acreditar que o racismo começa a acabar; o sensual Cummings, que não leva fé nessa história de integração; o simplório Train e o porto-riquenho Negron. Negron é quem, quase 40 anos depois, será assassino. Nessa ação, Train encontra um menino traumatizado pelas ações militares e passa a protegê-lo. Levam-no à cidade, onde vive a família da bela Renata. Lá haverá alemães, de um lado, e partisans, de outro. Entre os alemães, os que não acreditam mais na luta e os que desertam. Entre os partisans, um traidor. Ufa! O filme mal começou e já temos tudo isso - resumindo bem. O plot policial desaparece (só retornará no final). O filme permanece na guerra, e na guerra Spike cria algumas sequências notáveis. Uma delas: o carro de som com a alemã que tenta fazer propaganda e seduzir os soldados negros, de maneira a que desertem. No meio de uma dolorosa travessia de um rio, isso faz um efeito, e Spike obtém uma atmosfera estranha, em que se encontram som e imagem, o interior do carro de som e o campo de batalha, os soldados americanos e os alemães. Mais adiante outro momento forte. Depois que o desinibido Cummings transa com Renata, a tensão entre Cummings e Stamps (que também a desejava) explode, feroz. Há momentos menos felizes, sobretudo quando Spike calca a mão na violência de certas cenas. O único equívoco imperdoável do filme, no entanto, talvez seja o fato de o roteiro ter sido escrito pelo autor do romance, o que resulta num excesso de questões. Ainda assim, esse tipo de problema é preferível à insuficiência de ideias quase crônica da maior parte dos filmes em cartaz atualmente." (* Inácio Araujo *)
{Seu amigo aprendeu que não há controle sobre a vida. A onde vai, a onde se esconde, há prisões} (ESKS)
Filme de guerra dirigido por Spike Lee morre na praia.
''Spike Lee é, salvas exceções, um cineasta monotemático. E é válido o esforço que ele faz para enaltecer os negros, combater a discriminação e denunciar os abusos do passado e presente. Afinal, se não fosse Faça a Coisa Certa (Do The Right Thing, 1989), talvez ele não tivesse a importância que tem hoje no cenário do cinema mundial. Porém, esse seu bater na mesma tecla às vezes cansa e outras vezes gera filmes abaixo da sua média, que aparentemente só são produzidos porque o tema lhe é caro. No papel, ''Milagre em St. Anna'' (Miracle at St. Anna, 2008) teria elementos suficientes para ser um filmão. O longa mostra uma divisão do exército estadunidense formada exclusivamente por negros, uma experiência criada pelos generais brancos para ver do que os negros eram capazes. Porém, o preconceiro continua entrincheirado, esperando o momento certo para atacar. No meio de uma investida contra o lado alemão, um comandante não acredita na informação enviada por um de seus subordinados, e não ataca nos pontos certos, causando a morte de muitos soldados do Tio Sam. Quatro deles conseguem escapar da carnificina e das tropas alemãs que dominam a região, chegando à segurança momentânea de uma pequena vila na Toscana. A tiracolo, o soldado Train (Omar Benson Miller), um grandalhão de bom coração, carrega um menino italiano (Matteo Sciabordi) que ele salvou da morte certa. Quem lidera o grupo é o idealista Sargento Stamps (Derek Luke), que vive em conflito com o mulherengo Sargento Bishop (Michael Ealy). Quem faz as traduções entre os italianos e os soldados é o porto-riquenho Hector Negron (Laz Alonso). Durante o tempo em que se escondem dos nazistas e tentam contato com a sua divisão para voltarem à base, os quatro vão se envolvendo com os habitantes do povoado e também com os partisans, rebeldes que vivem nas montanhas, escondidos e preparando emboscadas contra os soldados de Hitler. Sem querer estragar qualquer surpresa da trama, o título faz referência ao massacre de Sant'Anna di Stazzema, em que 560 pessoas - a maioria mulheres, crianças e velhos - foram mortas por oficiais da SS. O tal milagre foi escrito primeiro por James McBride, que depois acabou também roteirizando o filme. Mas tudo demora muito para acontecer e quando vem a explicação, ela é seguida por uma enxurrada de acontecimentos, desenrolando toda a vagarosa história de 2h40 em questão de minutos. Essa falta de ritmo faz sangrar o ambicioso projeto de Spike Lee, que custou 45 milhões de dólares, o mais alto orçamento de sua carreira (ao lado de O Plano Perfeito). Depois de nascer como O Resgate do Soldado Ryan em uma sangrenta batalha cheia de pedaços de corpos que voam pelos ares e ganhar ares de A Vida é Bela, Milagre em St. Anna conclui sua história de forma fácil e demasiadamente melosa." (Marcelo Forlani)
''Não é novidade que o cineasta americano Spike Lee tem um gosto todo especial por incomodar suas platéias. Num primeiro momento de sua carreira, ele levantou a bandeira antirracial e conquistou a crítica de todo o mundo com os filmes Faça a Coisa Certa, Febre da Selva, Malcolm X e muitos outros. Depois de alguns anos, Lee deixou de ser novidade (pecado mortal na indústria do cinema) e conheceu, se não o ostracismo, uma pesada indiferença por parte do público e da mídia. Ressuscitou com os ótimos A Última Noite e O Plano Perfeito, e ultimamente tem se dedicado também a projetos televisivos, fora alguns filmes que sequer chegam mais ao nosso circuito comercial.Em 2008, o sempre inquieto cineasta fechou uma parceria com a RAI (televisão italiana) e colocou sua produtora (que tem o sugestivo nome de 40 Acres e uma Mula) a serviço de um projeto, no mínimo, intrigante: ''Milagre em Sta. Anna''. A ação começa forte, surpreendente, mostrando um simples funcionário dos Correios que - sem nenhum motivo aparente - atira de repente no rosto de um cliente. O homem é preso e a polícia fica intrigada com dois fatos: o assassino tem passado totalmente íntegro e honesto, sem nenhuma ocorrência anterior, e guarda em sua casa uma valiosíssima peça arqueológica italiana que se julgava perdida. A partir daí, o filme se desenvolve num grande flashback que vai buscar na Segunda Guerra Mundial as origens deste crime. Por mais que, tematicamente, o filme pareça convencional, é bom abrir bem os olhos e os ouvidos para os incômodos quase subliminares que Spike Lee parece atirar sobre o público. Por exemplo, a montagem de Barry Alexander Brown (montador de longa data do diretor) não hesita em subverter sem dó nem piedade os velhos conceitos clássicos de eixo de câmera. Vira e revira, torce e retorce o que seria convencional, sem pedir licença. Em várias oportunidades, corta e picota cenas dramáticas como se fosse um blockbuster de ficção científica. Provoca. Vale notar também como Lee explora os planos em perspectivas, como que - consciente ou não - desejasse homenagear o trabalho de câmera que Stanley Kubrik fez em outro filme de guerra: Nascido para Matar. A trilha sonora de Terence Blanchard, também colaborador habitual do diretor, tem momentos solenes que parecem ter sido compostos e orquestrados para um dramalhão antigo e inseridos neste filme, também sem dó nem piedade. Incomoda. E o final, então, é típico de um desgastado melodrama italiano. Numa leitura apressada, parece que Spike Lee definitivamente perdeu a mão. Uma análise mais apurada, porém, permite uma nova interpretação: Milagre em Sta. Anna provoca e incomoda. Sim, este é o bom e velho Spike Lee de volta, provocando e incomodando, desta vez, mais pelos aspectos formais que propriamente pelo conteúdo. Claro que, uma vez militante, sempre militante. E Lee não se furta em, novamente, levantar a bandeira antirracial para denunciar, en passant, a segregação que os soldados americanos negros sofriam dentro de seu próprio exército. Mas este não seria o tema principal do filme. Mais importante que a própria denúncia racial, ''Milagre em Sta. Anna'' se debruça sobre o eterno e insolúvel binômio guerra/ paz, clamando contra a imbecilidade de todas as guerras e criando pelo menos um belo momento, na cena em que - em espaços diferentes - negros, bancos, italianos, americanos, militares e civis imploram por Paz, cada qual na diversidade de seu próprio idioma, todos na união do mesmo desejo. Destaque ainda para a presença do grande ator Omero Antonutti no papel de Ludovico. Entre seus mais 70 filmes, Antonutti esteve em trabalhos importantes do cinema italiano como Bom Dia Babilônia, A Noite de São Lourenço e Pai Patrão." (Celso Sabadin)
"Após o belo O Plano Perfeito, Spike Lee se perde nesse aborrecido drama de guerra, sobre a divisão do exército americano dos Buffalo Soldiers. Há um excesso de tramas paralelas e o toque sobrenatural (o tal milagre) beira o ridículo." (Regis Trigo)
40 Acres & A Mule Filmworks On My Own Rai Cinema Touchstone Pictures
Diretor: Spike Lee
14.428 users / 1.082 face
Check-Ins 107
Date 07/02/2013 Poster - #### - DirectorAlain ResnaisStarsSabine AzémaFanny ArdantPierre ArditiElisabeth and Simon have been deeply in love for two months when Simon momentarily dies, but comes back to life. Simon does not want any further medical tests, but the couple are forced to grapple with the possibility of his death. They eventually tell their close friends Jérôme and Judith Martignac about the event. The Martignacs are both clerics, and Judith has just been giving a funeral service for a villager who committed suicide, though Jérôme would have nothing to do with suicide...[Mov 08 IMDB 6,9/10 {Video}
MORRER DE AMOR
(L' Amour à Mort, 1984)
''Morrer de Amor'' (1984), de Alain Resnais. L’amour a mort é um dos mais livres filmes sobre a morte que já ví. Não existem muitos juízos e sim muitas possibilidades. Morrer de amor, morrer por amor. Medo da morte, a paixão por ela. A imponência. Maior ainda, a morte como esperança. Elisabeth e Simon tiveram dois meses de um romance. Simon morre e volta a vida, para finalmente morrer. Por um instante voltar a vida é estar mais vivo (o clichê, às vezes considerável), mas é também estar mais próximo da morte. Tão próximo que a tentativa de viver à ignorá-la se torna impossível. Elisabeth promete segui-lo, e até lá, nesse período quase de um limbo, tem em seus dois amigos cristãos um último vínculo. Estes que tentarão mantê-la mortal, mas mortal como são despem-se de suas certezas. E colocar a questão religiosa, apresentada sem dúvidas respeitosamente, porém sem fazer da fé religiosa maior que qualquer outra fé, é mais um ponto alto. A morte é tão certa e possível que indefinível. Um número de possibilidades tão grande quanto tem a vida." (No Escuro e Vendo)
1985 César / 1984 Lion Veneza
Philippe Dussart Les Films Ariane Films A2 Centre National de la Cinématographie (CNC) Ministère de la Culture
Diretor: Alain Resnais
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Date 25/02/2013 Poster - ### - DirectorSidney LumetStarsSophia LorenTab HunterJack WardenIn 1944, on a Miami to New York train, two paratroopers on furlough meet and fall in love with two 'kept women' who are on their way to meet their 'sugar-daddies'.[Mov 06 IMDB 6,2/10 {Video}
MULHER DAQUELA ESPÉCIE
(That Kind of Woman, 1959)
''Junho de 1944. Kay (Sophia Loren) e Jane (Barbara Nichols), acompanhadas por Harry Corwin (Keenan Wynn) viajam no Silver Meteor, um trem noturno, de Miami para Nova York. Harry é secretário de um rico industrial e tem a tarefa de levá-las até Nova York, pois Kay é amante do industrial, que quer também a presença de Jane para entreter um importante general. Durante a viagem Kay e Jane resolvem ir até ao vagão-restaurante e lá conhecem Kelly (Jack Warden), um segundo sargento, e Red (Tab Hunter), um jovem pára-quedista. Logo surge uma certa atração entre Kay e Red, mas ela tenta contê-lo lhe explicando o que faz para viver. Ao chegarem em Nova York, Kay tenta pôr um ponto final naquele rápido envolvimento. No entanto Jane tinha deixado com Kelly o endereço delas e Red aparece na casa em que estão se confessando apaixonado. Kay quer ser prática e rapidamente explica para Red que ela tem outro estilo de vida, mas no fundo se sente cada vez mais atraída por ele, apesar de querer negar para si mesma.'' (Filmow)
1960 Urso de Ouro
Paramount Pictures
Diretor: Sidney Lumet
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Date 05/03/2013 Poster - #### - DirectorRainer Werner FassbinderStarsMargit CarstensenKarlheinz BöhmBarbara ValentinAfter the death of her abusive father, the lonely librarian Martha marries an equally vile businessman - Helmut. The cruel and torturous nature of their relationship leads Martha to believe Helmut might be trying to kill her.[Mov 07 IMDB 7,8/10] {Video}
MARTHA
(Martha, 1974)
TAG RAINER WERNER FASSBINDER
{intenso / inteligente}Sinopse
''Após a morte do seu pai dominador, a bibliotecária Martha casa-se com um rico empresário. Em pouco tempo, se torna vítima da personalidade fria, cruel e perversa de seu marido, que controla sua vida de maneira manipulativa e sufocante.''
{A vida não é livre. O endereço de Martha é Rua Douglas Sirk, 21} (ESKS)
''Quem se perguntar por Martha, a protagonista de "Martha", terá também de se perguntar sobre a Alemanha e seu destino. Certo, o filme é de 1974, e seu autor, R.W. Fassbinder, ficou famoso por ver, de seu país, as inúmeras perversões da era pós-nazista. Mas isso não muda a substância dos acontecimentos, nem a dos seres. E Martha é uma mulher reprimida, submetida por um belo e perverso rapaz. Mas isso é só uma parte desse drama de sentimentos em que Fassbinder homenageia aquele de quem foi o grande crítico: Douglas Sirk. E se Sirk captava os sentimentos em movimentos de câmera ousados, Fassbinder faz aqui, associado à movimentação dos corpos de Martha e seu futuro marido, quando se conhecem, um dos mais vertiginosos movimentos que já vi." (* Inácio Araujo *)
Pro-ject Filmproduktion Westdeutscher Rundfunk (WDR)
Diretor: Rainer Werner Fassbinder
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Date 07/08/2014 Poster - ######## - DirectorKen RussellStarsRobert PowellGeorgina HaleLee MontagueComposer Gustav Mahler's (Robert Powell) life, told in a series of flashbacks as he and his wife (Georgina Hale) discuss their failing marriage during a train journey.[Mov 08 IMDB 6,8/10 {Video/@@@@}
MAHLER - UMA PAIXÃO VIOLENTA
(Mahler, 1974)
''Cinebiografia do compositor erudito Gustav Mahler dirigido pelo subversivo Ken Russell. Libertário!'' (Filmow)
O diretor britânico Ken Russell sempre foi conhecido por seu estilo over e pela obsessão em biografar compositores clássicos (Lizst e Tchaikowsky foram outros). Ele deu uma visão muito pessoal sobre Mahler, sem se ater aos dados reais. A crítica, como sempre, torceu o nariz." (Ronaldo Victoria)
1974 Palma de Cannes
Goodtimes Enterprises
Diretor: Ken Russell
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Date 07/06/2013 Poster - ####### - DirectorKenneth LonerganStarsAnna PaquinMatt DamonMark RuffaloA young woman witnesses a bus accident, and is caught up in the aftermath, where the question of whether or not it was intentional affects many people's lives.[Mov 06 IMDB 6,5/10 {Video/@@@} M/61
MARGARET
(Margaret, 2011)
"Decidi ver "Margaret" (2011) sobretudo pelo elenco, nomes como Anna Paquin, Matt Damon, Mark Ruffalo, Kieran Culkin ou Matthew Broderick chamam a atenção de qualquer um. O filme é dirigido por Kenneth Lonergan, que é sobretudo um escritor de peças para o teatro e guiões para o cinema, com realce para Gangs of New York (2002) ou You Can Count on Me (2000) em que foi também o realizador. A historia é sobre uma jovem de 17 anos, Lisa Cohen (Anna Paquin), que vive em Manhattan com a sua mãe e irmão, enquanto o seu pai se mudou para Califórnia. Um dia quando vai de compras distrai um condutor dum autocarro e este atropela uma mulher que acaba por morrer às mãos de Lisa. Ao principio protege o condutor mas mais tarde cheia de remorsos decide alterar o seu testemunho. Um filme interessante com um argumento bem escrito e que nós deixa em suspense sobre o que vai acontecer. Alguns diálogos estão realmente bem elaborados e esse é sem duvida o ponto mais forte do filme, juntamente com as interpretações. Contudo achei que o filme não se foca em nenhuma historia em concreto, saltando de historia para historia, lhe falta um pouco de consistência." (Gonçalo Nunes Dias)
Fox Searchlight Pictures Gilbert Films Mirage Enterprises Scott Rudin Productions
Diretor: Kenneth Lonergan
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Date 13/06/2013 Poster - #### - DirectorBarry SonnenfeldStarsWill SmithTommy Lee JonesJosh BrolinAgent J travels in time to M.I.B.'s early days in 1969 to stop an alien from assassinating his friend Agent K and changing history.[Mov 07 IMDB 6,9/10 {Video/@@@@} M/58
MIB 3 - HOMENS DE PRETO 3
(Men in Black III, 2012)
"Depois de um terrível segundo filme, o terceiro traz de volta tudo aquilo que gostamos em MIB: a aura de filme B, piadas grosseiras, monstros de gosto duvidoso e ação para agradar o público em geral. Contradiz o final do primeiro, mas esquecemos disso." (Rodrigo Cunha)
"Nada a acrescentar." (Josiane K)
"O grande problema não é a trama confusa, que se perde na própria lógica das viagens no tempo, mas o fato de que o filme não tem a graça que deveria, com poucos momentos inspirados. Mas o vilão é bacana, Brolin rouba a cena e há uma boa surpresa no final." (Silvio Pilau)
"Roteiro fechadinho, um final que o conecta com o início da franquia, recuperada a despeito da ausência de Zed, Frank e outros personagens carismáticos. Como herança do equivocado MIB 2, apenas a revelação de (inúmeras) celebridades aliens, algo positivo." (Rodrigo Torres de Souza)
Duas épocas, dois K’s e Will Smith.
''O clima de novidade que MIB - Homens de Preto (Men in Black, 1997) despertou em 1997 graças a inventividade do roteiro contribuiu para que uma franquia de sucesso pudesse se instituir. 5 anos depois veio uma sequência ordinária, completamente inferior ao original. Após tanto tempo, eis que chega a esperada terceira parte, trazendo os mesmos protagonistas, com um acréscimo: tudo foi conduzido pelo diretor dos dois primeiros filmes, Barry Sonnenfeld. Se esse ''MIB³ - Homens de Preto 3'' (Men in Black III, 2012) não carrega o ar de novo, ao menos desponta como uma revitalização, um retorno ao que se fez fechando de maneira satisfatória uma trilogia que custou a acontecer. Coexistindo as escondidas na terra junto aos humanos, os alienígenas continuam dando trabalho aos agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones), este último, próximo da aposentadoria. De imediato, piadas envolvendo a dupla permite uma sensação de nostalgia, um acesso rápido a essa relação tão conturbada quanto divertida. No entanto, a presença de Lee Jones dura pouco, uma vez que um poderoso alienígena, Boris, O Animal (Jermaine Clement, ótimo em cena), voltou para um acerto de contas com K e utilizará de viagem no tempo – irá precisamente até 1969 – para reverter o passado apagando completamente a existência do sisudo agente. A premissa perpassa sobre esse universo temporal, algo que leva as melhores piadas do longa quando notamos as distintas tecnologias de época, com objetos maiores e pesados comparados aos minúsculos e portáteis de hoje em dia. Ainda soma-se a essa distinção a retratação da direção artística que concebe um passado mais colorido, quadrado, mas não menos interessante. Também não faltam referências a famosas personalidades suspeitando se tratar de aliens – Lady Gaga, Tim Burton, Mick Jagger são alguns –, investida alegórica relembrando graças presentes nos filmes anteriores. Uma cena envolvendo o cineasta e pintor Andy Warhol (vivido por Bill Hader) é inspiradíssima. Não se esquece o passado aqui — aliás, ele é importantíssimo, dialogando tanto com a obra de 97 como a de 2002, ligando as pontas que não tiveram explicação. O roteiro fecha um ciclo através de 3 bons atos, depositando no terceiro uma comoção ainda não experienciada pela franquia. A realização remonta o que anteriormente não era claro, buscando até mesmo constatar os motivos para que K se tornasse uma figura tão amarga. Para isso, acompanhamos um verdadeiro mergulho no passado. J tem que saltar no tempo literalmente, e parar no final da década de 60 para contornar situações. O astro Will Smith tem a história para si, se mantém em frente à câmera em quase todo o filme com carisma e caretas, algo que em certo ponto incomoda pelas repetições. Mas este não é um dos seus melhores momentos na telona. Contrastando ao poço de humor, a figura unidimensional de Tommy Lee Jones balanceava tanta comicidade através de sua seriedade imponente e respeitosa, algo que dura algum tempo neste MIB³ para logo ganhar a forma de um outro ator vivendo K com 29 anos, Josh Brolin, fazendo isso com notável eficiência. Carrancudo, porém mais cortês, o agente K sessentista gozava da juventude, dando-se ao luxo até de flertar com a colega de trabalho, a agente O (Alice Eve, enquanto jovem). Essa, no presente, vivida por Emma Thompson, evidencia um amor não acontecido, justificando o quanto o envelhecimento de K fora frustrado com relação ao desejo e pelas novas condições sujeitadas ao fim de sua defesa na terra em 69. O ano reproduzido reconta a história, modelando o contexto adequando à narrativa. Têm-se a depreciação dos negros, mencionada num ato, tempos depois da morte de Martin Luther King, como também a chegada do homem à Lua. Tais ações marcantes da história humana contribuem para a lógica da obra de Sonnenfeld. A cena de abertura é ótima e surpreendente, com vínculos diretos ao pretérito. Jermaine Clement faz um ótimo vilão e rouba cenas, a maquiagem dá uma credibilidade assustadora lhe conferindo perigo. Outro que ganha o espectador é Michael Stuhlbarg que encarna o alienígena Griffin com sutileza, podendo prever o porvir. Sem novidades, mas com empatia suficiente para agradar o espectador, MIB³ termina competente e lisonjeiro, sobretudo para seus fãs. É garantia de boas risadas e um complemento interessante ao que faltou nos anteriores em termos de trama, deixando uma sensação de dever cumprido com bom ritmo, carisma e alienígenas ainda mais grotescos." (Marcelo Leme)
Terceiro filme volta no tempo para corrigir erros do passado.
''Basta fechar os olhos para me lembrar de cenas de Homens de Preto (Men in Black, 1997), mas mesmo tendo visto Homens de Preto 2 (Men in Black 2, 2002) cinco anos depois, o filme é um grande branco em minha memória. Parece até que fui vítima do neurolizador e todas as lembranças que eu poderia ter do segundo filme foram apagadas. Mas na verdade, eu sei bem o motivo. Enquanto o original, adaptado da HQ criada por Lowell Cunningham e publicada pela Aircel Comics (que depois virou Malibu Comics e recentemente foi comprada pela Marvel), misturava com muito esmero ação, ficção científica e humor, a sequência deixou o roteiro de lado e se focou apenas nos efeitos especiais, limitando-se a reciclar piadas e situações já vistas no filme anterior. Passados dez anos, a pergunta é: precisávamos de um terceiro filme? A minha resposta é afirmativa. Principalmente para ficarmos com algo bom na lembrança, assim como Shrek 4 veio só para apagar da memória a terceiro animação do ogro da DreamWorks. Mas o caminho da ideia à finalização não foi tão simples. Dizem por aí que o roteiro foi escrito enquanto as filmagens iam acontecendo e que toda a sequência ambientada no passado estava em branco e só foi entregue depois de uma pausa na produção. Isso explicaria e muito a existência de Griffin (Michael Stuhlbarg), o carismático alienígena que está ali para guiar os protagonistas (e principalmente ao público) na trama, ensinando o básico sobre as viagens no tempo, o que acontece ao se mexer no passado e os presentes alternativos que podem coexistir. Tudo começa quando Boris, o Animal (Jemaine Clement) consegue escapar da prisão e sai atrás daquele que o prendeu, K (Tommy Lee Jones). Mas o seu plano não se restringe apenas a vingar os últimos 40 anos e tantos anos em que passou na prisão. Ele decide voltar no tempo para matar o seu captor e ainda impedir que toda a sua raça seja extinta. Ao obter êxito na sua missão, vemos uma realidade que não se lembra mais da existência do agente K e sofre uma invasão alienígena. Cabe então a J (Will Smith) voltar também no tempo e impedir que tudo isso aconteça. Não há grandes novidades, nem conceitos inéditos de viagem no tempo e, como já foi dito, temos o Griffin para esclarecer qualquer outra dúvida que surgir pelo caminho. Entra, então, a grande genialidade do filme: o trabalho do Sr. Rick Baker, que faz aqui um de seus melhores trabalhos até agora. Os monstros estão criativos e perfeitos da concepção à execução. Demorei quase o filme inteiro até lembrar que Boris era o ator de Flight of the Conchords (que disfarça o seu sotaque neozelandês e chega a ser bastante amedrontador). E temos ainda todas as criaturas dos anos 1960, que foram criadas à imagem que se tinha dos aliens daquela época, com aquário na cabeça, cara de peixe, etc. Aliás, toda a ambientação no passado é impecável, principalmente o K jovem interpretado por Josh Brolin. É impressionante como ele conseguiu pegar a entonação e os trejeitos do velho Tommy Lee Jones e recriá-las à perfeição, tal qual já havia feito com George W. Bush em W. (2008) e ainda dar um ar bondiano ao personagem. É esta viagem no tempo que traz ao filme um frescor que faltou ao segundo filme. As piadas aqui fluem bem melhor - exceção à do primeiro neurolizador, que depois aprendemos ser desnecessário - e criam situações que fazem a trama andar para frente. E para quem gosta da brincadeira de ficar adivinhando quem é humano e quem é ET, o fim da década de 1960, com os hippies e tudo mais é um prato cheio! E ainda temos Andy Warhol (Bill Hader) e sua Factory fazendo participação especialíssima. Mas daí chega a hora do desfecho. E aqui algumas pessoas podem torcer o nariz para o sentimentalismo que eles tentaram dar ao filme, mas a verdade é que é uma saída que faz sentido e ainda homenageia o que foi feito antes. E para quem não gostar, tem sempre o neurolizador." (Marcelo Forlani)
"Lançado em 2002, Homens de Preto 2 ficou muito aquém do original de 1997 e decepcionou fãs do bem-humorado sucesso estrelado por Tommy Lee Jones de Will Smith. Essa segunda sequência tenta regastar a afinada dinâmica dos carismáticos agentes J (Smith) e K (Jones) e, de fato, consegue ser bem mais interessante e divertido que seu antecessor. É bem verdade que ''Homens de Preto 3'' demora a engatar, taxia por longos quinze minutos até decolar de fato. Fica nítido que se poderia enxugar uns bons minutos do filme sem nenhum prejuízo ao desenvolvimento da trama. No entanto. quando finalmente entra nos trilhos, a produção compensa o preâmbulo extenso demais e o universo divertido dos homens de terno preto invade a tela. O filme começa com a fuga de Boris, o Animal (que, aliás, odeia ser chamado assim) de uma prisão lunar onde os humanos mantêm os criminosos alienígenas de maior periculosidade. Depois de 40 anos encarcerado, ele não está nenhum pouco feliz e quer vingança contra o agente K, responsável por sua prisão, amputação de um de seus braços e aniquilação de seus planos de invadir a Terra. Para mudar os rumos dos acontecimentos, Boris volta ao passado para eliminar K e dar continuidade a seus intentos dominadores, o que obriga J a fazer o mesmo e tentar impedi-lo. E é na década de 60 que Homens de Preto 3 tem seus melhores momentos. Os paradoxos temporais gerados pela viagem no tempo são interessantes e multiplicam as questões dramáticas, gerando momentos engraçados e de puro suspense. A ambientação serve de inspiração a muitas tiradas hilárias, que envolvem racismo, movimento hippie e contracultura. Até o ícone da pop art Andy Warhol dá o ar da graça e é responsável por um dos melhores momentos do longa. K, em sua versão mais jovem e não menos taciturna, é interpretado pelo ator Josh Brolin que, de alguma forma, consegue fazer um Tommy Lee Jones melhor que Tommy Lee Jones. Este, por sua vez, não aparece em mais que dez minutos de projeção. O filme conta também com a participação especial de Emma Thompson como O, a nova chefe da agência especializada no controle de alienígenas cuja história se mistura com a do agente K e envolve um segredo do passado. Com Barry Sonnenfeld mais uma vez no comando e um quarteto de roteiristas mais inventivo, o longa resgata o clima do primeiro filme e chega a flertar com o emocional em seus momentos finais. As criaturas estranhas e maravilhosas, marca registrada da série, estão presentes, mas, como no longa original, são os personagens humanos os destaques.Não dá pra dizer que a franquia ganhou um novo fôlego, mas certamente se redimiu da insossa primeira sequência. A dica é "neuralizar" o segundo episódio e se divertir com ''Homens de Preto 3''." (Roberto Guerra)
{A onde a morte sempre haverá morte} (ESKS)
{Nunca pergunto, se sei que não gostarei da resposta} (ESKS)
"Um capítulo qualitativamente intermediário entre o original (insuperável, pela novidade!) e a desastrosa sequência de 2002. O clímax especialmente salva uma aventura repetitiva e desgastada pelo tempo." (Alexandre Koball)
Columbia Pictures Hemisphere Media Capital Amblin Entertainment Parkes/MacDonald Productions Imagenation Abu Dhabi FZ
Diretor: Barry Sonnenfeld
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Soundtrack Rock = Status Quo + The Rolling Stones + The Velvet Underground + Cream
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Date 27/06/2013 Poster -### - DirectorMike LeighStarsJim BroadbentRuth SheenLesley ManvilleA look at four seasons in the lives of a happily married couple and their relationships with their family and friends.[Mov 08 IMDB 7,3/10 {Video/@@@} M/80
MAIS UM ANO
(Another Year, 2010)
''O que fazer para manter a felicidade tão próxima por tanto tempo? O longa inglês “Um Ano a Mais” é um filme muito simpático que tem diálogos sensacionais, fato que faz lembrar de cara no clássico “Invasões Bárbaras”. Assim começamos relatando a primeira impressão que fica desse trabalho do famoso cineasta Mike Leigh (diretor dos excelentes: O Segredo de Vera Drake e Segredos e Mentiras). Na trama, um casal muito gente boa (interpretados pelos ótimos: Jim Broadbent e Ruth Sheen) sempre tentam ajudar amigos a saírem de problemas. Durante um período, que definimos como ciclos em estações do ano, a casa deles vira um verdadeiro consultório para ajuda e conselhos que contam com diálogos muito bem escritos e interessantes. Mas quem rouba a cena é Leslie Manville, uma dessas pacientes (talvez a pior de todas) consegue dar um ritmo alucinante a sua personagem e ao mesmo tempo a torna muito carismática. Ótimas risadas, naquela linha de piadas inteligentes que Leigh escreve com maestria. A originalidade desse ponto de visto familiar é a grande chave para o sucesso da trama. O filme tem um ritmo próprio, que às vezes é lento, isso pode atrapalhar a conexão com alguns cinéfilos impacientes. Mas quem conseguir entrar de cabeça na história sairá do cinema leve e descontraído e falará dessa fita nas rodinhas cinéfilas. Sem dúvidas é um longa, com a cara da Academia (Oscar). Baixo orçamento, atores experientes, que dão a dinâmica na medida certa para o andamento da história. Todos esses elementos poderiam ser brindados com algumas indicações, e sem querer ser exagerado, até para melhor filme, porque não?! Mas como sabemos, filmes de baixo orçamento geralmente só tem uma única vaga na lista dos 10 melhores, no ano em que podia concorrer, ficou com Minhas Mães e meu Pai (que é bastante super estimado pela mídia). Dê uma chance a esse consultório carismático de um casal muito gente boa! Confira nos cinemas!" (Guia do Cinefilo)
''Não é fácil dizer o que pretendia Mike Leigh com seu filme de 2010, "Mais um Ano". Ele começa com um belo primeiro plano de Imelda Staunton, isto é, Janet, mulher de meia-idade, simples, que vai a um posto de saúde em busca de remédio para dormir. Ali é informada que insônia não é doença, mas sintoma. E sintoma de quê? As pessoas começam a lhe fazer perguntas, em particular a assistente social Gerri. O rosto misterioso do plano de abertura continua um mistério. E de repente, Janet some do filme, que será doravante dedicado a Gerri e e a seu marido, o geólogo Tom. Tom e Gerri formam uma dupla feliz (não é a primeira para quem lembra de Tom & Jerry do desenho animado). Cultivam sua horta e se amam. Amam o filho, que mora longe, mas é boa pessoa e também realizado, aparentemente. Cultivam ainda a amizade de Mary, colega de trabalho de Gerri um tanto aloprada, mas, pior, bem desequilibrada. Mary parece ter sofrido muitas frustrações nas relações com os homens. A amizade tem, portanto, um quê de assistência social. Mais do que isso, designa esse corte radical entre felizes e infelizes, adaptados e inadaptados que o filme executa ao longo das quatro estações do ano. E, pior, ao longo de cenas bem desinteressantes, em que Leigh parece buscar o humano a partir de seus gestos cotidianos, de sua superfície. Se existe algo que "Mais um Ano" demonstra é que a superfície não é para qualquer um. Se não é expressão de algo muito amplo, consegue captar muito pouca coisa. Clichês, por exemplo: Mary, a alcoólatra. Mary, atirando-se para o filho da amiga, que bem poderia ser filho dela. Mary se enrolando toda com o carro que acabou de comprar. Gerri e Tom compreensivos em relação a ela. E Janet, onde ficou? Sumiu para não mais voltar. Será que Imelda Staunton tinha outro compromisso? Ou brigou com Mike Leigh? Não importa: assim como o filme padece de falta de interesse nos personagens que sobraram, sofre também com a estrutura mais que torta. O filme é um equívoco em toda linha, embora feito por um bom diretor." (* Inácio Araujo *)
83*2011 Oscar / 2010 Palma de Cannes
Thin Man Films Film4 Focus Features International (FFI) UK Film Council Untitled 09
Diretor: Mike Leigh
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Date 20/07/2013 Poster - ##### - DirectorFrank PerryStarsFaye DunawayDiana ScarwidSteve ForrestThe abusive and traumatic adoptive upbringing of Christina Crawford at the hands of her mother, screen queen Joan Crawford, is depicted.[Mov 05 IMDB 6,3/10 {Video/@@@}
MAMÃEZINHA QUERIDA
(Mommie Dearest, 1981)
"O cinema nuna poderá queixar-se das revistas de celebridades. Ele praticamente as inventou e por muito tempo alimentou, assim coimo a mística em torno das estrelas. Com o mfim do Olimpo cinematográfico, é justo que qualquer um aspire a fama. A celebridade laicizou-se, nela cabem do ator mesmo ao príncipe de Gales, passando pelos profissionais do ramoi. "Mamãezinha Querida" trata das relações familiares de Joan Crawford, revela-a como uma megera do tipo das que costuma interpretar: é uma bisbilhoitice que serve a nosso pior voyeurismo (e a vinganças pessoais).'' (* Inácio Araujo *)
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''Em 1972, Joan Crawford se retirou do cinema deixando sua marca como uma das damas fatais das telas, endeusada em Hollywood. Nos anos seguintes, as revelações de sua filha, Christina, chocaram os fãs. A menina passou o diabo com a mãe tirana e jogou tudo em uma autobiografia besr-seller. Em 1981, o sofrimento da filha chegou ao cinema, neste filme que traz uma interpretação alucinada de Faye Dunaway. Impossível não se impressionar com a história de uma mãe que dava surra de cabide na filnha." (Thales de Menezes)
"Pelo bem ou pelo mal, não deixa de ser um clássico trash do anos 1980. Faye Dunaway, completamente descontrolada, consegue a proeza de ser mais "over the top" que a própria Joan Crawford." (Regis Trigo)
"Acredito que os brasileiros estão acompanhando o caso da procuradora da justiça que espancou uma criança, que seria adotada por ela posteriormente. As imagens dos hematomas, os depoimentos e uma gravação indicam que esta senhora é realmente culpada dos seus atos. Ontem assisti na televisão à entrevista com ela, que se defendia das acusações e ameaçava aos que a deletavam. Ridículo. O tema adoção está se discutindo constantemente devido a este acontecimento. Lendo a revista Veja sobre o assunto, foi mencionado a história da filha adotiva de Joan Crawford, Christina Crawford, que, segundo ela, fora espancada pela sua mãe adotiva. Leiam o trecho da reportagem: Em 1978, um ano e meio após a morte de Joan Crawford, a mais velha das quatro crianças que a estrela adotara publicou "Mamãezinha Querida", um livro autobiográfico que virou best-seller e estarreceu o público: segundo o relato de Christina Crawford, então com 39 anos, a ex-diva de Hollywood infligira a ela e a seu irmão Christopher tormentos que abrangiam acessos de fúria, períodos de cativeiro e espancamentos - em uma passagem que se tornou antológica no livro e no filme homônimo adaptado deste, Joan encontrou no armário da filha um cabide de arame e, como só os de madeira eram permitidos na casa, ela açoitou a menina impiedosamente com o item proibido. Segundo Christina, sua mãe era alcoólatra e não tinha nenhum afeto pelos filhos, que teria adotado apenas para fins publicitários. As duas filhas mais novas de Joan negaram tais acusações, alegando que o livro era uma vingança de Christina por ter sido cortada do testamento da estrela - aliás, riquíssima. Vários amigos de Joan, entretanto, confirmaram os episódios de maus-tratos. Também as autoridades deram crédito a Christina, que testemunhou em audiências federais e estaduais destinadas a estabelecer parâmetros para a proteção de menores e colaborou na reformulação das varas de família do condado de Los Angeles. A história de Christina, levada para a casa de Joan em 1940, com 1 ano, é emblemática também em outro aspecto do pesadelo em que se pode transformar a vida de um filho adotado: ela foi uma entre milhares de crianças vítimas de adoções ilegais perpetradas pela Tennessee Children’s Home Society, instituição que mantinha um vasto esquema para rapto e roubo de crianças, com a participação de médicos, enfermeiras e juízes. Como foi mencionada, a história de Christina foi levada às telas com o título homônimo, com Faye Dunaway interpretando a diva Joan Crawford. A atriz ganhou seis prêmios Framboesa de Ouro e teve sua interpretação assolada pela crítica. Eu assisti ao filme e não concordo com estes prêmios recebidos. Faye me convenceu, sim, como Joan Crawford." (Marcia Moreira)
"Joan Crawford teve uma carreira impressionante. Só para citar alguns de seus melhores trabalhos: Grande Hotel (1932), Alma em Suplício (1945), Johnny Guitar (1954) e O Que Aconteceu a Baby Jane? (1962). Era ótima atriz, o que justifica seu sucesso apesar de não ter a beleza convencional das estrelas da época e apresentar transtornos psicóticos. É essa vida tumultuada que se vê em "Mamãezinha Querida", de 1981, filme baseado nas memórias de Christina, filha de Joan. E como sofre a menina, tomando até surra de cabide da mãe. Faye Dunaway, atriz de recursos, faz uma personificação física magistral da estrela. Talvez Joan Crawford não fosse tão megera, mas o filme vale uma conferida." (Thales de Menezes)
''Uma das mais controversas estrelas da era de ouro de Hollywood, Joan Crawford foi o maior ícone da Metro-Goldwyn-Mayer na década de 30. Em 1945 se transferiu para a Warner Bros. – casa de sua maior rival Bette Davis, para protagonizar Almas em Suplício. A adaptação do livro Mildred Pierce, que neste ano ganhou uma minissérie em cinco partes produzida pela HBO e tendo como estrela Kate Winslet, rendeu a Crawford seu primeiro Oscar de melhor atriz. Ela seria indicada por outras duas oportunidades pelos longas Fogueira de Paixões e Princípios da Alma (RKO), em 1947 e 52 respectivamente. Em 1962 o diretor Robert Aldrich conseguiu o inimaginável, juntar as rivais Davis e Crawford em um mesmo filme: o thriller psicológico O Que Terá Acontecido a Baby Jane?. Sucesso de crítica, o aclamado longa foi indicado a cinco prêmios Oscar – venceu na categoria figurino, incluindo melhor atriz para Bette, fato que deixou a temperamental Joan, esnobada pela Academia, revoltada. Após sua morte em 10 de maio de 1977, sua filha Christina Crawford, a primeira das quatro crianças adotadas pela estrela, lançou o polêmico livro Mamãezinha Querida (Mommie Dearest) revelando os bastidores de sua tumultuada relação com a famosa mãe. Joan Crawford fora revelada como uma mulher descontrolada, abusiva e que se refugiava dos problemas no álcool e nas agressões a seus filhos, principalmente a primogênita. Grande sucesso de vendas, o livro não demorou a chamar a atenção dos executivos de Hollywood. No final da década de 70 o diretor Fran Perry (indicado ao Oscar por David and Lisa, de 1962) começou a desenvolver o projeto tendo em mente para o papel de Joan, Anne Bancroft. A atriz chegou a se comprometer mas abandonou o longa antes que o roteiro estivesse finalizado. Ela é a única que têm talento para ser uma grande estrela! - Joan Crawford sobre Faye Dunaway. Consagrada em 1977 com o Oscar de melhor atriz pelo clássico Rede de Intrigas, Faye Dunaway, uma das maiores atrizes norte-americanas das décadas de 60 e 70 e estrela de produções inesquecíveis como Bonnie & Clyde - Uma Rajada de Balas, Chinatown - indicada ao Oscar como melhor atriz pelos dois filmes, Crow, O Magnífico e Três Dias do Condor aceitou o desafio de viver Joan Crawford na polêmica adaptação. Certa de que venceria o Oscar por sua interpretação, Faye ficou devastada ao ter seu trabalho destruído pelos críticos que a classificaram e o filme como exagerado e de mau gosto. Revisto atualmente ''Mamãezinha Querida'' não é tão ruim como sua reputação faz parecer. O longa começa bem mostrando a obsessão pela imagem e por limpeza de Joan, indicando uma personalidade compulsiva. Dunaway não decepciona, se entregando a personagem e saindo-se bem. O problema é que assim que a história se desenvolve, o tom melodramático se intensifica e com isso a atriz cai numa armadilha sem volta: o exagero. Transformando Joan em uma caricatura, uma espécie de vilã de novela mexicana, histérica ao extremo. Considerado por cinéfilos como um guilty pleasure, o fracasso artístico de Mamãezinha Querida deixou sequelas graves na carreira de sua protagonista Faye Dunaway, que até hoje se recusa a falar sobre o filme. Desde o Oscar por sua fantástica atuação em Rede de Intrigas a carreira da atriz vinha perdendo fôlego com produções irregulares como os suspenses Os Olhos de Laura Mars e O Primeiro Pecado e o drama O Campeão com Jon Voight. Entretanto após viver uma aterrorizante Joan Crawford, se abateu uma espécie de “maldição” sobre sua carreira. Durante toda a década de 80 Dunaway teve apenas um sucesso de crítica, o drama de Barbet Schroeder Barfly - Condenados pelo Vício, pelo qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro como melhor atriz dramática. Produções como Supergirl, famigerada adaptação das aventuras da heroína da DC Comics, e o nada visto telefilme Beverly Hill Madam foram grandes fiascos. Com Warren Beatty e Jack Nicholson, respectivamente, nos clássicos Bonnie & Clady e Chinatown, no suspense Os Olhos de Laura Mars, com Mickey Rourke no drama Barfly, e aos 70 anos no Festival de Cannes deste ano em que foi homenageada. O ostracismo profissional e os papéis rasos em filmes medíocres continuaram nas décadas seguintes, excetuando suas participações nos longas Arizona Dream - Um Sonho Americano, Don Juan DeMarco com Johnny Depp e Marlon Brando, O Segredo com Gene Hackman, Gia - Fama e Destruição com Angelina Jolie e que rendeu a Faye o Globo de Ouro como atriz coadjuvante, e Caminho sem Volta, longa de James Gray que trazia também no elenco Mark Whalberg, Joaquin Phoenix e Charlize Theron. Após anos sem grandes ofertas de personagens, Faye Dunaway jogou fora o que poderia ser a melhor oportunidade de sua carreira: o papel principal em Réquiem para Um Sonho do então novato diretor Darren Aronofsky, que posteriormente dirigiria os sucessos O Lutador e Cisne Negro. Ellen Burstyn assumiu a personagem, sendo aclamada pela crítica e indicada a todos os prêmios da temporada, incluindo o Oscar. Atualmente relegada a pequenas participações em séries de televisão como CSI: Crime Scene Investigation e Grey’s Anatomy, Faye Dunaway sucumbiu ao seu ego inflado, escolhas equivocadas de personagens e em não saber envelhecer com sabedoria. Tornando-se uma caricatura da bela mulher que fora na juventude ao se submeter ao excesso de intervenções cirúrgicas. Logicamente que a maldição de Joan Crawford é apenas uma lenda urbana de Hollywood, a decadência artística de Faye Dunaway possui apenas uma responsável, a própria atriz que parou no tempo e não soube se reinventar como fez sua contemporânea e ainda grande estrela Jane Fonda." (Ramon Dutra)
Paramount Pictures
Diretor: Frank Perry
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Date 22/07/2013 Poster - #### - DirectorWes AndersonStarsJared GilmanKara HaywardBruce WillisTwo 12-year-olds, who live on an island, fall in love with each other and elope into the wilderness. While people set out on a search mission, a violent storm approaching them catches their attention.[Mov 04 IMDB 7,8/10 {Video/@@} M/84
MOONRISE KINGDOM
(Moonrise Kingdom, 2012)
''Como se trata de um filme de Wes Anderson, parece que tudo -personagens, paisagens, circunstâncias - se encontra um tanto deslocado em relação ao mundo real em "Moonrise Kingdom", onde, para começar, as coisas se passam numa ilha na Nova Inglaterra. Deslocados, também, sentem-se os jovens Sam e Suzy, que decidem fugir de suas casas. A partir daí mobiliza-se um exército de atores ilustres (Bruce Willis, Frances McDormand, Bill Murray, mais o chefe de escoteiros Edward Norton) para localizá-los. Tudo bem normal, bem banal, a não ser pelo fato de Anderson buscar no normal, na convenção cinematográfica, a inspiração para desviar-se e achar um caminho original." (* Inácio Araujo *)
''No cinema de Wes Anderson, uma sobrecarga de prosaísmo costuma criar um mundo de estranheza e, talvez, demonstrar o quanto é estranho o nosso mundo dito normal. Em "Moonrise Kingdom", numa ilha de cinema (onde tudo serve à fábula, a começar das cores), um menino e uma menina fogem. Isso bota em polvorosa um chefe de escoteiros e o xerife local. Sem falar dos pais da protegida garota. Não são as particularidades da fuga o que mais interessa. Talvez o desencontro entre os dois e o mundo "oficial" seja, afinal, revelador de um universo em que adultos abdicam de ideias e paixões, substituídas pelas solenes conveniências com que Anderson ama brincar." (** Inácio Araujo **)
"Moonrise Kingdom" dificilmente irá alterar a percepção de crítica e público sobre a obra do cineasta norte-americano Wes Anderson (Os Excêntricos Tenenbaums e Viagem a Darjeeling). Seus detratores poderão acusá-lo fazer o filme de sempre, com personagens afetados e estilo maneirista. Já os admiradores talvez prefiram dizer que Anderson renova seu olhar sobre temas essenciais, joga luz sobre personagens socialmente desajustados e que seu estilo idiossincrático chega a um novo patamar de sofisticação. Aqui e ali há um pouco de verdade: Anderson é um maneirista sim, mas um maneirista com alma --o que, ao fim e ao cabo, é a própria definição de um autor de cinema. Ou seja, seus maneirismos não servem apenas para chamar atenção a seu estilo, mas para criar um universo particular, impregnado de significados e leituras. A assinatura mais evidente de seu estilo é o travelling perpendicular: a câmera movimenta-se horizontal ou verticalmente sobre trilhos, a 90 graus das cenas retratadas (e não na diagonal, como manda o figurino). O resultado é teatral e cinematográfico: tem-se a impressão de estar vendo uma peça num palco italiano através de um binóculo (a câmera de Anderson). A encenação está duplamente enunciada, mas nem por isso os sentimentos por trás dela são menos sinceros. Aqui, Anderson refina o procedimento, com notável sentido de composição dos quadros e de uso das cores (no caso, de tons pastel). A trama é, como de hábito, um caso de desarranjo social e afetivo. No verão de 1965, em uma ilha da Nova Inglaterra, um garoto (Jared Gilman) e uma garota (Kara Hayward) de 12 anos fogem juntos. Ele é um órfão que larga um grupo de escoteiros. Ela, primogênita de pais (Bill Murray e Frances McDormand) que já não se entendem. Eles estão apaixonados. Enquanto uma tempestade se aproxima, os fugitivos são procurados pelo xerife local (Bruce Willis) e pelo líder dos escoteiros (Edward Norton). "Moonrise Kingdom" parece ser mais uma tentativa disfarçada, por parte de Anderson, de adaptar ao cinema a obra do escritor norte-americano J.D. Salinger (O Apanhador no Campo de Centeio, Franny e Zooey). Não apenas capturar seu espírito, mas seguir os ciclos de seus personagens: o desencanto com os adultos (vistos como impostores), uma atrapalhada fuga e, por fim, uma relutante reconciliação. Talvez Anderson não chegue jamais a traduzir com a precisão e originalidade de Salinger a beleza melancólica da passagem do mundo da infância para o adulto. Mas "Moonrise Kingdom" prova, mais uma vez, que seu esforço vale a pena." (Ricardo Calil)
"Bonitinho e encantador, com os cacoetes de estilo de Anderson se fazendo presente, mas sem soterrar a obra." (Vlademir Lazo)
"Ao conferir contagiantes beleza, ludismo e pureza à história de amor e fuga (real e figurada) de Suzy e Sam, a marca característica de Wes Anderson constrói genial híbrido de livro de fábula ilustrada em cores vivas e cinema." (Rodrigo Torres de Souza)
"Sem dúvida, mais uma experiência única de Wes Anderson, esteticamente falando, embora os personagens psicologicamente afetados e o excesso de simetria de seus ângulos sejam apenas recorrentes do restante de sua filmografia - esperados." (Alexandre Koball)
"Um híbrido de emoções e sensações à altura dos grandes filmes de Anderson, que se lança à fronteira do que é belo e triste, absurdo e cômico, real e fabulístico." (Daniel Dalpizzolo)
"Divertido, elegante e tocante. Todos sabem que gosto de filmes com jovens, e Moonrise Kingdom entrega um algo a mais exatamente com a temática levada a sério." (Rodrigo Cunha)
"Wes Anderson bebe na fonte de Barry Lyndon, de Kubrick, para contar, em planos milimetricamente estudados, a urgência do primeiro amor. Provavelmente o melhor filme do diretor. Destaque para a bela trilha sonora de Alexandre Desplat." (Régis Trigo)
"Uma poesia nem sempre precisa rimar. Às vezes ela pode ser apenas criativa." E criatividade sobra no novo trabalho de Anderson, que utiliza o seu estilo característico pra trazer doçura, melancolia e humor à história de seus fascinantes personagens." (Silvio Pilau)
"Anderson lança mão de suas características para ilustrar, em imagens, uma narrativa fabulesca típica de livros infantis. A descoberta do amor, e do significado das relações pessoais, em um universo vazio, rico apenas pela imaginação fértil das crianças." (Emilio Franco Jr.)
"A cena em que Sam fura a orelha de Suzy é tão simples e sutilmente bela que, pelo menos à primeira vista, parece ter força suficiente para representar o filme inteiro." (David Campos)
O reino do nascer da lua.
''Quando os pequenos Suzy (Kara Hayward) e Sam (Jared Gilman), durante sua fuga na floresta, sentam em cima de uma rocha alta para olhar a paisagem que os rodeia, a garota lhe confessa que não desgruda de seus binóculos por conta dos poderes mágicos que consegue extrair deles. Por meio deles que ela consegue ver tudo de perto, uma forma de também se aproximar das situações de um mundo do qual sente que não faz parte. Tanto Suzy quanto Sam são outsiders, crianças que não se encaixam na sintonia fabulosa que parece reger o universo criado por Wes Anderson em seu mais novo trabalho, Moonrise Kingdom (idem, 2012). Mais uma vez, o cineasta aposta na construção milimetricamente planejada de um mundo particular, para inserir no meio de tudo personagens deslocados que em momento algum – assim como o espectador – conseguem o entender plenamente. ''Moonrise Kingdom'' é um filme de detalhes, onde se encontram suas maiores riquezas. Seus cenários fechados, em especial, como a cada da família Bishop, é de uma quantidade de pequenos e belos detalhes inimaginável. Toda a ação do filme se passa na ilha fictícia de New Penzance (sim, trata-se de uma referência à ópera de Arthur Sullivan e W. S. Gilbert). Os habitantes do local poderiam ser classificados como esquisitos – o que não vem a ser uma surpresa quando se trata de Wes Anderson. No entanto, toda a esquisitice dos personagens parece estar em certa sintonia, o que cedo ou tarde nos faz entender que os padrões de normalidade deles são aqueles e, portanto, os estranhos somos nós. Corrigindo, não somente nós. Suzy e Sam também parecem perdidos naquele meio, por isso decidem fugir para a floresta juntos, depois de se conhecerem durante uma apresentação dominical da Arca de Noé na igreja local. Sam é um ex escoteiro da equipe do comandante Ward (Edward Norton), órfão e rejeitado por sua família adotiva. Suzy é apenas uma dentre os vários filhos pequenos de Walt (Bill Murray) e Laura Bishop (Frances McDormand), mas por alguma razão não consegue se enturmar com amigos ou mesmo com sua família destrambelhada, encontrando em Sam uma chance de ter um companheiro fiel e, melhor ainda, uma aventura pela floresta. Depois que os dois somem mata adentro, o comandante Ward – na verdade um infeliz professor de matemática que nas horas vagas lidera o grupo de pirralhos – e o policial Sharp (Bruce Willis) lideram junto com a família Bishop e com os escoteiros uma busca pelos dois fujões. Por trás de situações fofinhas embaladas por canções suaves e diálogos nonsense, se escondem as marcas registradas mais fortes do cinema indie de Wes Anderson. Para muitos seu cinema chama mais atenção pelas firulas estéticas e mesmo narrativas, ou sua mise-èn-scene colorida e encantadora (o que não deixa de ser uma série de pontos fortes), mas a verdade é que seus filmes vão muito além disso tudo. Assim como vemos em Os Excêntricos Tenenbaums (The Royal Tenenbaums, 2001) ou A Vida Marinha com Steve Zissou (The Life Aquatic with Steve Zissou, 2004), os personagens que marcam presença nos filmes de Anderson são aqueles que não conseguem se adequar a uma sociedade. O mais interessante nisso tudo é que não se trata de uma sociedade semelhante à nossa, porque nesses trabalhos há toda uma preocupação em se criar um novo universo lógico, mas mesmo nesse contexto de fábula literária predominante na atmosfera de ''Moonrise Kingdom'', nossos protagonistas não conseguem se encaixar. É como se a fantasia não fosse o suficiente para inteirá-los em um grupo, portanto só lhes resta a fuga. Não somente a fuga física, para uma floresta onde os dois irão se descobrir e se apaixonar – até porque eles sabem que é uma questão de tempo até serem achados – mas também uma fuga de suas próprias realidades íntimas. Suzy descobre que sua mãe tem um caso com o policial Sharp e que seus pais a consideram uma garota problemática; Sam perdeu os pais muito cedo e agora sofre mais uma rejeição de sua família adotiva. O medo dos dois, na verdade, é o de rejeição, de voltarem a ser ignorados ou rotulados pelas pessoas que deveriam ser próximas. Esse medo não acomete somente os dois protagonistas, mas todos os personagens, de certa maneira. A diferença é que o núcleo de personagens adultos já se rendeu, enquanto os novos procuram um escape. Em uma bem humorada condução desses núcleos, Anderson coloca os adultos como pessoas infantis, infelizes e imaturas; enquanto as crianças tomam as rédeas da situação e planejam seguir por um caminho que lhes pareça ser o certo, em busca da aceitação, nem que para Suzy seja apenas a aceitação de Sam, e vice-versa. Apesar do humor, do romance e do teor dramático, ''Moonrise Kingdom'' é um filme que não se encaixa plenamente em gêneros. Sua consistência se sobressai a moldes e padrões, e por isso o filme consegue ir tão longe em sua proposta de retratar a descoberta da vida adulta através de uma grande e bela aventura. Afinal, o grande outsider de todo esse trabalho é o próprio Wes Anderson, um dos cineastas mais sensibilíssimos dessa geração, e em sua ânsia de trazer para as telonas o conto mágico de dois adolescentes que um dia decidiram fugir para a floresta para conhecerem melhor a si mesmos, ele acabou também encontrando uma forma de se afirmar e ser aceito, mesmo sendo alguém tão deslocado em seu universo." (Heitor Romero)
''Fortes sentimentos contidos, inadequação e melancólica doçura, registrados com uma composição cheia de simetrias, texturas e movimentos de câmera calculadíssimos. Esse é o trabalho de Wes Anderson, cineasta que divide opiniões - mas que tem em sua cinematografia uma incontestável coerência. Outro traço característico de Anderson, o microcosmo (a casa, o barco, a fazenda...), em ''Moonrise Kingdom'' (2012), seu sétimo longa-metragem, surge na forma de uma ilha na costa da Nova Inglaterra, New Penzance. A trama se passa em 1965, nos últimos suspiros da inocência estadunidense, quando o país preparava-se para a Guerra do Vietnã. É na pequena ilha que Suzy Bishop (Kara Hayward) vive ao lado de seus pais (Bill Murray e Frances McDormand). Ambos se tratam por doutor e doutora e dormem em casas separadas, enquanto ela vive um caso com o único policial local (Bruce Willis). Enquanto isso, no Acampamento Ivanhoé, sob os cuidados do Escoteiro-Chefe (Edward Norton), está Sam Shakusky (Jared Gilman). Suzy e Sam têm 12 anos e se amam desde que começaram a trocar cartas, há um ano, quando se conheceram em uma peça de colégio. Os dois pretendem fugir juntos - e chegou a hora de colocarem seu plano em ação. Anderson, que coescreveu o roteiro com Roman Coppola (seu colaborador em O Fantástico Sr. Raposo), faz um excelente trabalho - apoiado, como sempre, pela qualidade do elenco que reúne -, na retratação do amor das duas crianças. O menino, provedor e dono orgulhoso de um broto de bigode, usa as habilidades adquiridas entre os escoteiros para dar à menina, amante das artes e vaidosa, condições longe dos pais, em um paraíso só seu. Através de ambos, somos lembrados de como os primeiros amores pareciam o ingresso para um reino fantástico. Hilário pelas situações excêntricas e sem deixar que os maneirismos sufoquem a história, ''Moonrise Kingdom'' lembra Três é Demais (Rushmore, 1999), um dos melhores filmes de Anderson, ao desafiar gêneros ao registrar o pathos juvenil com a mistura esquisita e adorável de comédia e drama que só o diretor é capaz." (Erico Borgo)
''Para admirar os filmes de Wes Anderson (de Os Excêntricos Tenenbaums e Três é Demais) é preciso certo desapego à realidade e capacidade de mergulhar sem hesitação em universos que transitam entre o crível e o totalmente surreal. Locais povoados de personagens nonsenses que, muitas vezes, beiram o ridículo, mas que criam identificação imediata com o público por exporem sem disfarces, e muitas vezes de maneira patética, aquilo que escondemos por trás das convenções sociais. Neste sentido, ''Moonrise Kingdom'', e sua enternecedora e hilária história de dois adolescentes desajustados que tentam vivenciar um amor impossível, é um típico longa de Anderson. Um filme cativante, principalmente para o público que curte histórias e personagens incomuns. Sua raridade excêntrica, no entanto, é também universalmente atraente e capaz de dialogar mesmo com o público mais afeito a tramas naturalistas e convencionais. O divertido - e propositadamente pouco expressivo - casal de protagonistas é formado por Sam Shakusky (Jared Gilman) e Suzy Bishop (Kara Hayward). Eles têm entre 12 e 13 anos e, apesar de seus problemas de inserção social, são confiantes e decididos. Sam é órfão e membro de um grupo de escoteiros no qual tenta encontra o sentido de companheirismo de uma família, no que não tem muito êxito - seus amigos de grupo o ignoram. Suzy é a entediada irmã mais velha de uma família tradicional e, aparentemente, feliz. Ela, no entanto, é triste e prefere ver o mundo através de seus binóculos, uma metáfora da fuga, que a projeta para longe dos limites de sua casa, de onde quer partir depois de descobrir o livreto Como Lidar com Uma Criança Perturbada, que seus pais estão lendo. Suzy sabe, ou acredita saber, ser a motivação da leitura. Peixes fora d’ água em seus mundos, fogem juntos pelo atraente cartão-postal da ilha de Nova Inglaterra. Passam, então, a ser perseguidos pelos pais da menina (Bill Murray e Frances McDormand), a polícia (representada pelo capitão Sharp, vivido por Bruce Willis) e um grupo de escoteiros mirins para o qual seu hilário líder, Mestre Ward (Edward Norton), tem de avisar que se trata de uma “operação de resgate não-violenta”. Anderson e seu parceiro de roteiro, Roman Coppola, usam o grupo de escoteiros para fazer uma sátira sutil ao militarismo. O filme, por sinal, é pontuado de críticas perspicazes à sociedade moderna, mesmo sendo ambientado na década de 60. A pequena ilha retratada no filme funciona como um microcosmo do mundo, onde muitas de nossas incongruências se evidenciam de forma caricata. Durante um bom tempo a produção se detém no jovem casal em fuga e suas descobertas. Os dois atores, ambos estreantes, estão ótimos e têm sintonia cênica perfeita. Os diálogos, por sua vez, são um destaque à parte. Quando se beijam pela primeira vez, numa das muitas sequências impagáveis do filme, ambientada na praia, Sam vira a cabeça e cospe. Em seguida, impassível, garante a Suzy que é só porque tinha areia na boca. Nestes momentos Moonrise Kingdom esquece da sátira e é apenas uma bela evocação do amor jovem e pueril, uma representação da América inocente. O filme tem direção de arte distinta e bela, que nos faz mergulhar num tempo e espaço onde seus acontecimentos se tornam críveis a nossos olhos, mesmo com todos seus absurdos. É como se tivéssemos saltando da realidade para um conto de fadas. O lar de Suzy, retratado como uma gigante casa de bonecas, onde a câmera salta de um cômodo ao outro em visão frontal, é o indicador inicial de que estamos em outra dimensão, onde tudo é possível, onde o insensato torna-se aceitável. ''Moonrise Kingdom'' pode parecer uma esquisitice, e é. Mas também é fato que Wes Anderson consegue, como poucos, dar unidade e dimensão à sua proposta insólita. Sua estranheza em forma de filme, principalmente nos dias de hoje, soa menos exótica que muita tolices pretensamente realistas." (Roberto Guerra)
85*2013 Osacar / 70*2013 Globo / 2012 Palma de Cannes
Top 250#224
Indian Paintbrush American Empirical Pictures Moonrise Scott Rudin Productions
Diretor: Wes Anderson
181.441 users / 66.226 face
Soundtrack Rock = Hank Williams
Date 07/08/2013 Poster #### - DirectorKenji MizoguchiStarsKinuyo TanakaSanae TakasugiTomie TsunodaA mistress of a drug dealer in post-war Japan is shocked when she discovers that he is having an affair with her sister.[Mov 05 IMDB 7,3/10 {Video}
MULHERES DA NOITE
(Yoru no onnatachi, 1948)
''Ambientado no Japão pós-guerra, tomado por destruição e desespero, Mulheres da Noite conta a história de Fusako Owada, que reside na casa do cunhado enquanto espera o esposo voltar do campo de batalha. Ao descobrir que seu marido não voltará, Fusako reencontra sua irmã Natsuko e ambas são vítimas da ruína física e emocional causada por doenças, alcoolismo e prostituição.'' (Filmow)
"O destino das mulheres, em particular o das mulheres pobres, era sombrio, no entender de Kenji Mizoguchi. As casas de prostituição eram um destino frequente para elas e foram também um assunto frequente do grande cineasta. Ele não as conhecia apenas como artista. Consta que gastava ali todo o seu dinheiro. E que não devia ser pouco, já que era um dos três principais cineastas japoneses. Mesmo com todo esse prestígio, Mizoguchi passou por momentos difíceis, e um deles foi o pós-guerra, quando seu estilo foi considerado fora de moda. Pesavam para isso não apenas a ascensão de uma geração recente (Akira Kurosawa à frente, mas não sozinho) e os novos ares do mundo - e do Japão -, após a derrota militar. É possível que Utamaro e Suas Cinco Mulheres, de 1946, fosse um desses filmes vistos com reservas: trata-se de falar da paixão de um pintor por sua arte e, sobretudo, o empenho em captar a vida, integralmente, que punha em cada retrato de mulher que realizava. É um filme sobre o cinema, em grande medida. Um filme tradicional, para os padrões de 1946, talvez bastante alienado, o que não deixava de convir para um cineasta que havia estado muito próximo do governo durante a guerra. Mas um belíssimo filme, quando visto em 2009. "Mulheres da Noite" participa do movimento de "atualização" de Mizoguchi. O filme é de 1948 e nos chega em sua versão internacional, de 72 min. (no Japão foi exibido em 100 min.), o que lhe confere uma agilidade maior do que a média do cinema nipônico e alguns saltos estranhos no tempo. A partir do fim da guerra, Mizoguchi inteirou-se sobre o novo estilo, em especial o neo-realismo italiano. Foi isso que pediu a seu fiel roteirista, Yoda Yoshikata: um filme nos moldes contemporâneos. Yoda escreveu e Mizoguchi filmou conforme os novos cânones: só em locações. Isso, aliás, não prejudica em nada a história da viúva de guerra que, apesar dos enormes problemas econômicos, recusa-se a cair na prostituição. Consegue um emprego (tornando-se, na verdade, amante do chefe) e terá na irmã, mais tarde, uma rival. Assim como em Utamaro, Mizoguchi é brilhante em cada enquadramento, e em particular no trabalho de longos e elaborados planos, em que é um dos pioneiros no cinema sonoro. Ele cerra seu objeto com precisão quase maníaca, fiel a sua máxima, segundo a qual é preciso lavar o olho após cada plano. Aprender a ver novamente, a ver o novo. Kenji Mizoguchi é um desses diretores de cinema que, quanto mais se vê, mais se percebe a qualidade única: Utamaro e "Mulheres da Noite" são filmes com modos de produção, assuntos e até estilos diferentes, mas ambos admiráveis." (* Inácio Araujo *)
Shôchiku Eiga
Diretor: Kenji Mizoguchi
600 users / 13 face
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Date 09/08/2013 Poster - ## - DirectorPatty JenkinsStarsCharlize TheronChristina RicciBruce DernBased on the life of Aileen Wuornos, a Daytona Beach prostitute who became a serial killer.[Mov 05 IMDB 7,3/10 {Video/@@@} M/74
MONSTER - DESEJO ASSASSINO
(Monster, 2003)
"O principal perigo de "Monster - Desejo Assassino" é dar toda a atenção a atriz Charlize Theron e deixar o filme de lado, o que seria uma injustiça, mas não uma iniquidade, até porque a presença de Theron, fazendo uma homossexual, é marcante. Eu disse homossexual? Não, ela está mudada, é outra pessoa, machona mesmo, fazendo a garota que se prostitui para sustentar Christina Ricci. Ela quer ter uma vida normal. Ela não chegará a isso: o assassinato de um cliente será o começo de uma série que apenas ratifica sua condição de maldita. Esquecendo um pouco a performance de Theron veremos que existe ali um filme forte. O que torna ainda mais lamentável o ostracismo em que caiu sua autora, a cineasta Patty Jenkis." (* Inácio Araujo *)
''É típico o destino de Patty Jenkins: estreou com enorme força em "Monster - Desejo Assassino". Isso foi em 2003. O filme deu, entre outras coisas, um Oscar de melhor atriz a Charlize Theron. Depois, tudo o que a diretora Patty Jenkins fez foi para a televisão. Ao que parece, o cinema não tem mais lugar para monstros de verdade. E o lugar para talentos também não é muito grande. Aqui, o longa-metragem trata de mostrar o que pode haver por trás do monstro, isto é, a prostituta Aileen Wuornos, assassina de sete homens. O filme é duro, mas não lhe faltam convicção nem talento. E Charlize faz e acontece (Christina Ricci, que faz sua namorada, Selby, não fica muito atrás)." (** Inácio Araujo **)
''É praticamente um clichê hollywoodiano a ideia de que toda atriz bonitona sonhe com um papel dramático sem glamour, que permita a ela mostrar que tem talento. Talvez a loira sul-africana Charlize Theron nem procurasse por isso, mas caiu em seu colo um papel assim no drama "Monster: Desejo Assassino", de 2003. Aos 28 anos, com rosto e corpo consagrados em trabalhos de modelo e filmes de sucesso, ela interpreta uma prostituta masculinizada que se torna serial killer. Ajuda muito a presença de Christina Ricci como sua companheira, uma coadjuvante inspirada. As duas sofrem um bocado em sequências angustiantes. O esforço deu um Oscar a Charlize. Missão cumprida." (Thales de Menezes)
"Quem nasceu para sofrer e sofre a vida inteira. Uma das obras mais reais sobre uma personagem esquecida ou abandonada pela sociedade. A performance de Theron é digna de Oscar, realmente." (Josiane K)
"Oco. A diretora parece não saber o que fazer com o material que tem em mãos e simplesmente recorre a um amontoado de cenas de dramaturgia frágil e sem nenhuma identidade. A tão aclamada atuação de Theron é apenas ok." (Heitor Romero)
"A humanização de um monstro." (Junior Souza)
''A câmera se aproxima do rosto de uma mulher. É inchado, manchado, cheio de olheiras. Sentada sob um viaduto, ela observa o trânsito em uma rodovia expressa enquanto segura um revólver. Se os créditos e toda a mídia não avisassem, seria impossível descobrir que a protagonista de ''Monster - Desejo Assassino'' é a belíssima Charlize Theron (Doce Novembro). Mas o filme que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz não é somente uma vitrine para Charlize mostrar ser mais do que um rostinho bonito: Monster - Desejo Assassino cumpre bem o papel de ser pesado, violento e incomodar o espectador. Dirigindo um longa-metragem pela primeira vez, a diretora Patty Jenkins baseou-se na história real de Aileen Wuornos (Charlize). Uma garota desprezada desde pequena que, para chamar a atenção, começa a vender sua nudez por uns trocados. A nudez logo se transforma em sexo oral e Aileen vira uma prostituta de beira de estrada. É neste momento que conhecer Selby Wall (Christina Ricci) em um bar, uma garota baixinha com cara de assustada que produz uma reviravolta em sua vida. Aileen encara a responsabilidade de cuidar da amante, que abandona o conforto da casa dos pais para viver em quartos de hotéis baratos ao seu lado. Mas esta nova fase revela também um novo lado de sua personalidade: o assassino. ''Monster - Desejo Assassino'' é um filme feminino, mas não como As Horas (2002), por exemplo. Aqui, os homens fazem papéis de traidores, estupradores, fracos - vítimas em potencial da fúria antimacho que toma conta da assassina em questão. O filme mostra com crueldade o mundo visto pelos olhos cheios de olheiras de Aileen, no qual os homens não servem para muitas coisas. Mais do que uma boa maquiagem, Charlize Theron ostenta uma atuação com a carga dramática necessária: nem muito fria, nem muito exagerada. E o que contribui para isso é a química entre as duas protagonistas. Claro que a história de ''Monster - Desejo Assassino'' é boa. Afinal, nada melhor do que as bizarrices e crueldades da nossa própria realidade para inspirar Hollywood. No entanto, a verdadeira alma desta produção está na performance da dupla protagonista." (Angelica Bito)
''Em 9 de outubro de 2002, foi executada por injeção letal, no Estado da Flórida, Aileen Wuornos, a primeira assassina serial dos Estados Unidos e uma das únicas do mundo. Conhecida como a Donzela da Morte, ela matou seis homens de meia idade enquanto trabalhava como prostituta nas auto-estradas americanas. Em 2001, depois de mais de uma década encarcerada, a assassina pediu para ser condenada à morte de uma vez, pois não havia razão para ficar gastando o dinheiro dos contribuintes comigo. Matei sim, e mataria novamente, se pudesse, declarou. Tenho ódio correndo em minhas veias. Aileen sofreu abusos na infância e consumiu drogas durante toda a vida. Começou a se prostituir aos 14 anos e cometeu seu primeiro assassinato em 1989, matando mais cinco pessoas (ou seis, não se sabe ao certo) nos nove meses seguintes. Poucas horas depois da execução da sentença, um dos grandes veículos de Hollywood já anunciava o início da produção de Monster, filme independente que mostraria a vida da assassina. Não seria motivo para alarde, afinal, Hollywood não é conhecida por deixar assuntos esfriarem antes de transformá-los em película. Entretanto, a presença de Charlize Theron (Doce novembro) como a protagonista causou espanto. Theron parecia uma escolha equivocada para o papel, afinal ela é belíssima, tem um rosto conhecido demais e parecia incapaz de garantir alguma verossimilhança para a trama. Felizmente, a atriz encontrou a maneira ideal de abordar o trabalho: ficar feia, tática que foi recentemente testada pelas igualmente belas Nicole Kidman, em As horas, e Salma Hayek, em Frida. Theron transformou suas formas ao engordar 16 quilos, sofreu um processo de maquiagem que a deixou parecidíssima com a serial killer (incluindo prótese dentária, manchas de pele e cabelos maltratados) e, principalmente, agiu nas telas como uma verdadeira troglodita, movendo-se e falando como a monstra do título. O resultado é tão positivo que lhe rendeu o cobiçado Oscar de Melhor atriz. Não por acaso, a cena que abre o longa mostra um close-up da chuva batendo em seu rosto transformado. Um tremendo choque para quem a viu linda no recente Uma saída de mestre. Passado o susto inicial, o filme acompanha a vida de Aileen, desde o começo da sua carreira de crimes até seu julgamento, e tenta humanizá-la ao dividir o fardo da culpa com a amante Selby Wall. Interpretada pela sempre competente - e esquisita - Christina Ricci, Selby é uma versão fictícia de Tyria Moore, a mulher que na vida real dividiu os sofrimentos com Aileen. O personagem foi criado porque Tyria havia sido retratada de forma negativa em um documentário sobre a assassina e decidiu processar os produtores da fita. Como em Monster é exatamente isso o que se vê na tela, o estúdio preferiu removê-la para evitar acusações posteriores. Assim, a personagem ficou apenas em parte verídica, o que não tira a sua força. Selby é mostrada com dualidade. Inicialmente aparece como algo benéfico, já que desperta em Aileen o desejo de mudar de vida, esquecer seu passado como prostituta e progredir. Por outro lado, funciona como um catalisador involuntário da onda de violência da assassina, já que se coloca na posição de dependente da outra e exige boas condições financeiras. Como Aileen não consegue se ajustar - algo mostrado numa das melhores cenas do filme, quando um advogado explica pra ela o que significa ser uma pessoa normal - apela para o crime e acaba descontrolada pela sensação de poder. Todavia, o longa não é genial, nem mesmo memorável. A diretora estreante Patty Jenkins, que também assina o roteiro, exagera na idéia recorrente de tratar a criminosa como fruto de sua condição social e parece fascinada demais pela vida difícil da assassina. A força do filme fica mesmo no fato de ser baseado em uma história verídica - é necessário descontar os excessos da cineasta - e nas ótimas interpretações das duas protagonistas, que conseguem transmitir toda a dualidade de caráter de suas personagens. Vale ressaltar também que, além de mudar fisicamente Charlize Theron, a pequena produção independente também transformou-a de coadjuvante bonitinha de filmes de ação ou romances açucarados em uma atriz de primeira linha. Seu próximo projeto, a adaptação para as telas do desenho animado Aeon Flux, já garantiu à sul-africana um invejável salário de 10 milhões de dólares, uma quantia significativa que engorda sua conta bancária e pode fazer os quilos extras de Ailenn Wuornos facilmente desaparecerem." (Erico Borgo)
''Nem sempre beleza é sinônimo de talento. Mas em Hollywood, em sua maior parte, talento é sinônimo de beleza. Principalmente quando falamos de mulheres. Há alguns anos vimos algumas beldades como Cameron Diaz ficar feia e quase irreconhecível no filme Quero ser John Malkovich e Nicole Kidman ficar praticamente uma bruxa em As Horas. Estes foram um marco em transformações e como essas atrizes conseguiram ser tão versáteis a ponto de conseguirem obscurecer sua beleza transparente e conseguirem desenrolar um carisma enorme em seus personagens. Assustou no início, mas quem está no mundo cinematográfico é sujeito a papéis desse tipo. Em "Monster – Desejo Assassino" foi a vez de Charlize Theron mostrar o porquê de tanto auê nesses últimos 2 anos em relação a sua pessoa. Ela que fez a bela Mary Ann Lomax em Advogado do Diabo, conseguiu esconder toda sua beleza para interpretar este papel. Charlize faz Aileen Wuornos, uma mulher que foi vítima de abusos durante a infância e que para conseguir o que queria começou a se prostituir desde a sua adolescência. Ela está prestes a acabar com a própria vida quando conhece Selby (Christina Ricci, de A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça), uma jovem que não tem opinião sexual formada ainda, com quem acaba se envolvendo. Certa noite, depois de ser agredida e violentada por um cliente, Aileen acaba matando o sujeito e roubando seu dinheiro e carro. O incidente desencadeia uma série de outros assassinatos muito semelhantes ao primeiro, que faz com que ela fique conhecida como sendo a primeira serial killer norte-americana. Charlize recria em cena as atitudes e os trejeitos da prostituta. Não vou negar que o longa dirigido e escrito por Patty Jenkins tente de certa forma humanizar a psicopata. Querendo deixar a impressão de que tudo aconteceu sem que fosse por seu desejo e sim por conseqüências. Mas esse foi o objetivo da diretora. Só não entendo o porquê do título do filme aqui no Brasil possuir o sub-título "Desejo Assassino". Tudo bem que ela demonstra esse lado assassino, mas não era bem o objetivo da diretora (que deixou o nome do filme original somente Monster).Assistindo ao filme você entra num mundo diferente. Consegue enxergar que a vida se molda com as conseqüências do dia-a-dia. Quem sabe se Aileen não tivesse sido violentada quando pequena, esta serial killer talvez não existisse. Charlize Theron consegue transmitir com glamour o sentimento e o que passava na cabeça desta assassina. O trabalho não foi fácil. Charlize Theron teve que ganhar 13 quilos para interpretar sua personagem, enquanto sua companheira, Christina Ricci, ganhou 4 quilos. Em algumas cenas na qual mostra o corpo de Aileen, quem já viu fotos de Charlize em outras ocasiões fica assustado como ela conseguiu se transformar tanto para o papel. Os poucos U$ 8 milhões gastos no orçamento do filme valeu a pena, principal para Charlize. Ela conquistou por sua interpretação um Oscar na categoria Melhor Atriz, um Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz Drama e um Urso de Prata na categoria Melhor Atriz. Essas conquistas não foram só importantes para Charlize, mas também para seu país natal, África do Sul. Ela foi recebida com festa ao ganhar este prêmio. Até o ex-presidente Nelson Mandela quis dar os parabéns a ela. O filme ainda mostra relações homossexuais entre as personagens. Em beijos e cenas calientes. Alguns contras que não podemos deixar de comentar, é que esqueceram de mencionar durante o filme que ela foi casada e foi presa por espancar seu marido, e o fato da pedofilia do seu pai, que se resumiu a abusos na infância. Para quem não conhece o desenrolar da história, eu não fazer o papel de estraga prazeres. Deixo para vocês conferirem esta ótima performance de Charlize Theron, que apesar de algumas falhas no roteiro e na idéia diferente de humanizar a psicopata, não deixa ser um bom filme." (Jurandir Filho)
76*2004 Oscar / 61*2004 Globo / 2003 Urso de Ouro
Media 8 Entertainment Newmarket Films DEJ Productions K/W Productions Denver and Delilah Productions VIP 2 Medienfonds MDP Worldwide Zodiac Productions Inc.
Diretor: Patty Jenkins
88.351 users / 4.852 face
Soundtrack Rock = Duran Duran + A Flock of Seagulls + Blondie + INXS + Journey + The Searchers + The Chemical Brothers + Molly Hatchet + Tommy James & The Shondells + Reo Speedwagon + Joan Jett & The Blackhearts + Humble Pie
Check-Ins 275
Date 10/08/2013 Poster - ## - DirectorIngmar BergmanStarsHarriet AnderssonLars EkborgDagmar EbbesenA pair of teenagers meet one summer day, start a reckless affair and abandon their families to be with one another.[Mov 09 IMDB 7,5/10 {Video}
MÔNICA E O DESEJO
(Sommaren med Monika, 1953)
"Se, com questões, ora metafísicas, ora existenciais, existem no cinema de Bergman, Nao é correto dizer que era um cinema exclusivamente da angústia. Assim como podia pensar na morte de forma obsessiva, era capaz de produzir um dos mais belos e vitais filmes sobre a juventude, como "Monika e o Desejo" (1952), que se fez dsescobrir mundialmente no Festival de Cannes e, então, ser reconhecido como um dos grandes cineastas de seu tempo, ou enveredar pela politica, como em O Ovo da Serpente (1979)." (* Inácio Araujo *)
''Em Bergman, dos anos 50 em particular, a juventude tudo promete. Não são apenas os corpos que exultam pelo simples fato de existir; também os olhares, os gestos dão conta de um devir em que tudo parece próximo e possível. Do outro lado, estão os velhos, com os corpos pesados e os rostos marcados. Não parecem dois momentos da vida; parecem dois continentes, duas culturas, dois planetas. O que os aproxima? Em "Monika e o Desejo", aproxima-os o espelho. Aquele, na rua, em que o senhor se olha sem grande alegria é o mesmo em que Monika, aliás, Harriet Andersson, contempla seus encantos, e o mesmo em que Harry se verá, no final, num quase delirante encontro de eras (ele ainda jovem, mas já se vendo idoso e carregando o filho bebê). Bergman fará também seus filmes de velho, Morangos Silvestres à frente. Mas Monika é o filme da juventude. De Harry e Monika dando uma banana para a vida real e subindo em um barco para reinventar a vida e o mundo. Lá estão os dois, sozinhos, como Robinson Crusoé e Sexta-Feira. Tudo é inédito, nada parece impossível, tudo está ao alcance de seu desejo. Existe uma onipotência da juventude que Bergman captou talvez melhor do que ninguém. E, em "Monika e o Desejo", talvez melhor do que nunca. Mas o diretor sueco é um pessimista, e o preço a ser pago pela vida não é pequeno. É disso que tratará, em suma, este filme. Para tanto, criará na pessoa de Monika uma personagem inesquecível. Ela é viva, inquieta, contraditória, animal, carnal. Ela é plena, e dessa plenitude Harriet Andersson dá conta com tanta desenvoltura que não é de estranhar que Ingmar Bergman tenha feito dela sua musa quase ao primeiro olhar (diz Bergman que não só ele, toda a equipe do filme se apaixonou por ela). Temos aí uma das mais fortes interpretações femininas de todos os tempos, marcada pelo primeiro plano, quase ao final, em que Monika, desafiadora, olha não para a câmera, mas para cada um de nós, pessoalmente, opondo ao nosso juízo sobre ela e aos nossos preconceitos a evidência de seu corpo. Andersson se afirma como talvez a mais notável de todas as admiráveis atrizes bergmanianas. Monika é possivelmente a obra-prima desse momento de Bergman. É o melhor momento do diretor sueco, com filmes tão fortes como Noites de Circo, Morangos Silvestres, Sorrisos de uma Noite de Amor etc. Em suma, o que se pode querer mais? Ah, sim, uma edição decente. Isso a Versátil garante, embora num disco sem extras significativos." (** Inácio Araujo **)
A jovialidade bestial fugaz e inconsequente.
"Ingmar Bergman, diretor de tantas obras primas, marca o processo da juventude a partir de um aspecto pessimista característico de sua filmografia com este longa cheio de momentos icônicos e moral escancarada, filmado nas ruas de Estocolmo. Considerado por alguns como uma de suas mais importantes obras, o que não é nenhum exagero, "Mônica e o Desejo" (Sommaren med Monika, 1953) traz com ênfase naturalista aspectos do tempo e do envelhecimento tal como o diretor fez posteriormente em Morangos Silvestres (Smultronstället, 1957). Aqui ele trabalha com a jovialidade, a passagem da adolescência para a idade adulta, constatando em suma a beleza e os olhares sobre ela, tanto dos personagens observando os outros e reparando em si mesmo, buscando também os espectadores que os assistem. Há uma relação disposta do público com o filme, especialmente em uma de suas cenas mais emblemáticas, lembrada pelos olhos negros instigantes de uma garota em terna mocidade.
A beleza da juventude foi detalhada em nuances magistrais pela câmera de Bergman, ressaltando as fugas em liberdade de uma protagonista vívida cuja índole esbarra na incerteza de seu futuro transgredido pelo inevitável envelhecimento. A forma com a qual o diretor demonstra cuidadosamente o significante de seu filme é engenhosa. A palavra colocada no título em português não poderia ser mais adequada: desejo. Esse desejo se exprime na pulsão de vida, na cobiça pela liberdade desregrada cujos padrões sociais não são nada mais do que infelizes limites que tanta gana não consegue encontrar. O processo de evidenciar essa intensidade desejosa é captada pelas lentes de Bergman que aposta na atriz Harriet Andersson – jovem que se tornou musa do cineasta – que se não goza de uma beleza descomunal, tem em sua libido um aparato de sentido, exposto na sua audaciosa frieza de alimentar seu prazer sem receio ou culpa. Ingmar Bergman busca captar esses personagens entregues a aventura de tempos que idealizavam intermináveis. O espelho é um símbolo bem colocado, já que por diversas vezes personagens os encaram, alguns idosos, outros jovens, percebendo suas distinções e o que a vida lhes acarretou. Em ambas há constatações do presente, o futuro gritando para uns e escurecendo para outros. Quando Mônica encontra Harry, vive uma paixão fervorosa. Ela o cativa a seguir suas aspirações de liberdade. Vemos os dois subirem num barco e parar num lugar não pertencente a ninguém. Harry olha Mônica se despir, correr saltando por rochas, admirando a beleza de sua juventude, tal como a dele, acontecendo e resplandecendo frente a câmera. O diretor abusa de planos-detalhe. Tal fuga da realidade negada tem um custo! Não há determinação que dê conta de mantê-los distantes da racionalidade e de algumas responsabilidades, especialmente quando uma exigência repentina os surpreende fazendo tudo mudar. Num curto espaço de tempo, Harry e Mônica ficam juntos. O primeiro, assalariado, trabalhador e estudioso, esperava um dia tornar-se engenheiro, já que tinha interesse por máquinas. Nota-se através da narrativa concisa e detalhada o despertar de seu personagem para uma realidade imposta por um outro sujeito. Ele passa a viver o sonho do outro, contaminado pelas aspirações de uma vida sem regras, mas um ideal de liberdade equivocado. Próximo aos distintos personagens, ele se transforma graças a sedução de um amor repentino carente inconsequente, o qual numa primeira noite sofre com a violência alheia daqueles que a têm como mero objeto. A sociedade inflama contra o rapaz por sair com uma vagabunda qualquer. A vangloria é seu desafio, pois tal vagabunda desperta o sono da imortalidade de um eu inquieto prestes a estourar já que, ao longo dos seus míseros 19 anos, já tinha que bancar a saúde comprometida do pai e viver com a lembrança da morte da mãe acontecida quando tinha 8 anos.Muitos planos marcam a investida de Bergman nessa narração da juventude. A cena em que Mônica encara a câmera é de indagação, a quarta parede se abre para a personagem entrar em contato com o espectador e finalmente questioná-lo, imediatamente após testemunharmos sua nova ação e, tendenciosamente, a recriminarmos. Mas esse estupor de seu olhar penetrante é de constatação. Compreensível, talvez, seja esse caráter indagatório no que diz respeito a persona da protagonista que consome prazer como respira o ar. É por necessidade psicológica, não por desvio de caráter. Mônica é uma personagem fértil, não muito difícil de se compreender. Ousa, mente, suga e devora, crendo que o tempo findará e acabará com suas ambições de querer a qualquer custo – se bem que ela não pondera prováveis consequências. Harriet Andersson está estupenda em seu papel vivendo uma Mônica crente que tudo é possível e alcançável enquanto constata o mundo em volta oprimido pelo trabalho sem gozo. A atriz ainda fica nua em cena, emprestando seu corpo para retratar a jovialidade fervente. O diretor aproveita de sua exuberância e lhe revela. Revelada ao público, notamos uma das personagens femininas mais emblemáticas do cinema. O crescimento pessoal traz responsabilidades as quais Mônica demonstra total incapacidade em assumir, sobrando para Harry o difícil ofício de efetivamente bancar toda a situação. Transforma-se as relações com decréscimo de conveniência e outras coisas finalmente ascendem. E aí encaminhamos para um final belo e amargo. Belo, pois o arco dramático desenvolvido culmina num ponto preciso sobre o papel do tempo e as ações contidas nele que transformam; amargo, pois quando a doçura se esvai, a amargura enternece eternizando um débito de vida arruinado por um ideal dissolvido nos desejos que Mônica fatalmente inspirou." (Marcelo Leme)
Top Suécia #22
Svensk Filmindustri (SF)
Diretor: Ingmar Bergman
5.680 users / 560 face
Check-Ins 282
Date 14/08/2013 Poster - ###### - DirectorJean-Luc GodardStarsJean-Pierre LéaudChantal GoyaMarlène JobertA romance between young Parisians, shown through a series of vignettes.[Mov 09 IMDB 7,5/10 {Video/@@@@@} M/92
MASCULINO-FEMININO
(Masculin féminin: 15 faits précis, 1966)
''Paul é jovem, acaba de sair do serviço militar francês e está desiludido com a vida. Enquanto sua namorada constrói uma carreira como cantora pop, Paul fica mais isolado de seus amigos e de sua vida social. O filme mostra também, de um modo singelo, a revolta dos jovens com a guerra do vietnã." (Filmow)
{Amor, amor, no coração de um homem. Solidão, seu rosto se assombra, ao ver o corpo de mulher nu}
1966 Urso de Ouro
Anouchka Films Argos Films Sandrews Svensk Filmindustri (SF)
Diretor: Jean-Luc Godard
6.585 users / 744 face
Check-Ins 297
Date 03/09/2013 Poster - ######## - DirectorRobert StrombergStarsAngelina JolieElle FanningSharlto CopleyA vengeful fairy is driven to curse an infant princess, only to discover that the child could be the one person who can restore peace to their troubled land.[Mov 08 IMDB 7,1/10] {Video/@@@@} M/56
MALÉVOLA
(Maleficent, 2014)
TAG ROBERT STROMBERG
{divertido}Sinopse
''Baseado no conto da Bela Adormecida, o filme conta a história de Malévola (Angelina Jolie), a protetora do reino dos Moors. Desde pequena, esta garota com chifres e asas mantém a paz entre dois reinos diferentes, até se apaixonar pelo garoto Stefan (Sharlto Copley). Os dois iniciam um romance, mas Stefan tem a ambição de se tornar líder do reino vizinho, e abandona Malévola para conquistar seus planos. A garota torna-se uma mulher vingativa e amarga, que decide amaldiçoar a filha recém-nascida de Stefan, Aurora (Elle Fanning). Aos poucos, no entanto, Malévola começa a desenvolver sentimentos de amizade em relação à jovem e pura Aurora.''
"Com poucas ideias novas, a Disney continua soltando bombas recicladas em uma mistura feia e bizarra de desenho e personagens reais, com efeitos especiais terríveis. O pior de tudo é que continua vendendo - e mais bombas virão." (Alexandre Koball)
"É um passo importante para a Disney, que vem fazendo bons filmes em carne e osso ao invés daquelas obras mais coloridas e bobas. Mas, mais do que isso, sua mensagem pró-homossexualismo, vindo de uma empresa focada nas crianças, é imensurável." (Rodrigo Cunha)
"Tecnicamente muito bem realizado, mas só. Os personagens jamais se conectam com a plateia, não há qualquer senso de perigo ou de emoção e nem o elenco funciona. Se havia algo verdadeiro na história, ficou perdido em meio à avalanche de CGI. Artificial." (Silvio Pilau)
"Algumas ideias legais estão diluídas em um todo artificial, anêmico e mela-cueca. Jolie tem uma boa presença quando má, mas boazinha perde toda a graça. Mais uma releitura pós-moderna chocha que só confirma que ganha mais rever os clássicos da Disney." (Heitor Romero)
''O público de cinema não teve paciência com "Malévola". Talvez porque Angelina Jolie seja tão invejada a ponto que as pessoas exijam dela o máximo. Talvez porque contar as origens de uma das vilãs mais odiadas dos contos de fada - A Bela Adormecida - não pegou bem entre os fãs. Talvez porque o filme seja visualmente parecido com as produções de Tim Burton, mas sem o mesmo encanto. Dito isso, vale lembrar que é um filme divertido, que merece uma segunda chance." (Thales de Menezes)
''A principal novidade de "Malévola", variante do velho conto de fadas A Bela Adormecida, é narrar os acontecimentos do ponto de vista da vilã Malévola (Angelina Jolie), a fada supostamente má. O filme apresenta sua história desde a infância, mostrando-a como criatura que, apesar de doce, destoa das tradicionais fadas-madrinhas. Ela cresce no bosque de um reino, invadido pelo exército do reino vizinho. Malévola defende o lugar, mas tudo muda quando é traída por um humano por quem se apaixonara. Como vingança, ela amaldiçoa a recém-nascida princesa Aurora. O principal objetivo do filme é maravilhar as crianças. Para isso, aposta todas as fichas na profusão de efeitos especiais. Não por acaso, a direção foi entregue ao estreante Robert Stromberg, especialista em efeitos. Esse universo visual cheio de fantasia não esconde algumas debilidades, com a falta de ritmo e a limitada paleta de recursos dramáticos de Angelina Jolie." (Alexandre Agabiti Fernandez)
Ora, ora... a subversão de uma obra.
''Na onda de readaptações ou readequações de contos de fadas – essa tão explorada nova mania hollywoodiana –, ''Malévola'' surgiu para sanar a curiosidade do público que manteve até seu lançamento uma expectativa imensurável a cerca da história desta vilã tão aclamada. Nessa onda mencionada constam Alice no País das Maravilhas, Branca de Neve e o Caçador, Oz: Mágico e Poderoso, Jack - O Caçador de Gigantes e o horrendo João e Maria: Caçadores de Bruxas. Há um universo belo e mágico com um teor sombrio usual investido nessa narrativa frágil. Juntamente a competentes efeitos e menções honrosas ao clássico, o filme contrasta a história original. E assusta o quanto se revela piegas e pouco inventivo diante um universo de possibilidades fantásticas. Felizmente resta ao filme o carisma de Angelina Jolie. Se não fosse por isso, pouca coisa sobraria. O diretor estreante Robert Stromberg, um profundo conhecedor de efeitos visuais – são dele os efeitos de O Labirinto do Fauno (Laberinto del Fauno, El, 2006), Piratas do Caribe: No Fim do Mundo e As Aventuras de Pi –, retoma um clássico e pressupõe uma releitura. O conto A Bela Adormecida ganha novos adornos, um viés mais rebuscado, sombrio e aventureiro a partir daquela que jogou a maldição do sono eterno sobre a bela princesa Aurora. O roteiro explora profundamente os motivos pelos quais Malévola tomou decisões que lhe fizeram, dentro do imaginário popular, uma vilã. Conhecemos aspectos de sua história, sua doçura, seu respeito com a natureza e a posição de cada um dentro dela, sua brandura e seu amor. Esse último converteu-se em seu tormento. O brilho bucólico dos campos e jardins ganharam sombras quando o símbolo de seu eu fora mutilado. Tal interpretação implicou em mudanças consideráveis, o que não é nenhum problema. A arte do cinema dá margens para tais modificações. O próprio conto original alterou-se comparado a versão da Disney lá de 1959. Aqui são várias alterações, algumas de enorme relevância e outras triviais. Obviamente, a história se modela a partir de uma protagonista alternativa, vivida com entusiasmo por Angelina Jolie. É sobre ela que o roteiro se debruça, ignorando outras ações. É impossível não notar a desconsideração com outros personagens, o sabotamento das 3 fadas que cuidam de Aurora quando ela simplesmente desaparece passando muito tempo com quem lhe amaldiçoou; ou com relação ao sono profundo, o grande vilão dessa história, que não tem magnitude quando finalmente acontece. São aspectos simples ignorados que cortam as asas do filme impedindo-o de alçar vôos que acrescentariam ou engrandeceriam a obra. É pura verdade que é um prazer assistir o filme. Seu visual plástico encanta e empolga, o som e a trilha seguem o mesmo ritmo fortalecendo a experiência de acompanhar a história e descobrir os motivos pelos quais Malévola abandonou aquele ímpeto jovial e sonhador do início. Essa é uma sacada que garante a afeição do público, juntamente outros recursos com personagens e gags que transformam aquele reinado abarrotado de tantas tensões em possível captador de singelos momentos de humor. Nada é gratuito, o investimento seguiu a fórmula mais carimbada do estúdio, o que costuma dar certo sem ousadias, até que chega seu ato final e uma novidade é alcançada com certo louvor. Mas quem não previu que pudesse ser como foi já no início da segunda metade do filme? O que assistimos é, definitivamente, um estupor visual dos mais significativos sobre uma potencial história desperdiçada. Um ode aos papeis femininos os quais a Disney vem ressaltando com bastante força. Travestido de conto de fadas convencional, esse emerge das sombras criativas, mas não dá mais do que alguns suspiros. O ótimo Sharlto Copley vive um Rei Stefan caricatural, enquanto Elle Fanning sorri em demasia com sua cândida Aurora. Angelina Jolie tem alguns grandes momentos, muito mais pelo carisma do que por uma interpretação absolutamente marcante. Viver Malévola deve ter sido um deleite para a atriz. É interessante vê-la encarnar alguém que zelou dedicadamente pelo outro como uma mãe que não teve a oportunidade de conceber um filho, ao contrário de sua vida pessoal admirável. Fica até alguma lição sobre formas de amor, sem normas e sem máculas, inevitáveis e precisas diante condições essencialmente humanas que longe dos contos de fadas compartilhamos." (Marcelo Leme)
Angelina Jolie brilha, mas reinvenção do conto de fadas não a acompanha.
''Malévola'' foi concebida como a senhora de todo o mal e, desde 1959, reinava como a mais cruel e poderosa das vilãs da Disney. Em 2010, porém, o estúdio decidiu destituir a personagem do seu posto. Seu nome podia evocar a crueldade daquela que, por despeito, condenara uma bela princesa ao sono eterno, mas sua verdadeira história não era assim tão maniqueísta. Para transformar a antagonista em heroína, contrataram Linda Woolverton, responsável pelos roteiros de A Bela e a Fera, O Rei Leão e do Alice no País das Maravilhas. Robert Stromberg, mais conhecido por seu trabalho como designer de produção em Avatar, Alice no País das Maravilhas e em Oz: Mágico e Poderoso, faria sua estreia na direção, assumindo o posto recusado por Tim Burton, David Yates e David O. Russell. O nome essencial para a criação da nova Malévola, entretanto, foi Angelina Jolie. A atriz, citada já nos primeiros estágios do projeto, assumiu sobre seus ombros o peso da produção, cuidando pessoalmente de cada detalhe da sua personagem. Sua encarnação é precisa. Honra o filme original, acertando o tom malicioso da dublagem de Eleanor Audley, e é tão elegante quanto os traços definidos pelo animador Marc Davis. Ainda assim, sua ''Malévola'' não é um cosplay requintado. Jolie domina cada fala, se diverte, criando um trabalho único. É uma pena, então, que o seu esforço não encontre um filme à altura. Logo nos minutos iniciais, Stromberg apresenta o espalhafatoso reino dos Moors. Um mundo que, apesar da natureza exuberante, é habitado por criaturas em computação gráfica sem carisma. Malévola, então uma garotinha (Isobelle Molloy), protege a floresta encantada da inveja dos homens. Aqui, a personagem troca o maligno preto por tons terrosos e seus já conhecidos chifres são acompanhados por asas. A história da fada-anjo se transforma quando ela conhece Stefan (Michael Higgins na infância e Sharlto Copley na vida adulta). O jovem humano ganhará sua confiança, jurará amor verdadeiro e a enganará para passar de reles plebeu a rei. Malévola, portanto, não é mais uma fada-madrinha ressentida por não ser convidada para uma festa, é uma mulher traída. Quando lança a famosa maldição contra a filha de Stefan, a princesa Aurora (Elle Fanning), ela busca vingança contra aquele que roubara a sua inocência. Essa transição de boa para má é brusca. Um punhado de cenas que muda didaticamente o seu figurino, mas não desenvolve o seu estado emocional. Com 97 minutos, o filme se afoba para percorrer o arco de mocinha-vilã-heroína e esquece de dar a prometida tridimensionalidade a sua história e aos seus personagens. As fadas Fauna, Flora e Primavera, rebatizadas Thistletwit (Juno Temple), Knotgrass (Imelda Staunton) e Flittle (Lesley Manville), perderam completamente o encanto, por exemplo. Seja nas suas versões bizarramente reduzidas em computação gráfica, ou nos seus disfarces civis, que usam para criar a princesa longe do castelo e protegê-la da maldição, as três personagens são exageradas e servem apenas como ponte para criar a ligação maternal entre Aurora e Malévola. A princesa, apesar do talento de Fanning, também não consegue o espaço necessário para se desenvolver. Quando chega à adolescência é apenas uma menina excessivamente ingênua, que não esboça qualquer reação ao descobrir que seu pai é o grande vilão da história. Dieval (Sam Riley), o metamorfo ajudante de ''Malévola'', também merecia mais tempo em cena. Não fossem tão rápidas, suas interações com Jolie, além de criar um alívio cômico pontual, dariam corpo à revelação da verdadeira índole da protagonista. Malévola é fruto de uma nova safra da Disney que repensa seus clássicos para educação de uma nova geração, descartando arquétipos de princesas frágeis e heróis galopantes que salvam o dia com um beijo. Depois de Alice no País das Maravilhas e Frozen, foi vez da rainha das vilãs revelar ao público que existem outras formas de amor verdadeiro além daquelas que oferecem os príncipes encantados. Ainda que a intenção seja louvável, na pressa para criar uma nova moral, Malévola esqueceu de contar uma boa história." (Natalia Bridi)
Roth Films Walt Disney Pictures
Diretor: Robert Stromberg
238.908 users / 87.908 faceSoundtrack Rock
Lana Del Rey
Check-Ins 689 44 Metacritic 520 Down 120
Date 11/09/2014 Poster - ##### - DirectorTodd HaynesStarsJulianne MooreXander BerkeleyDean NorrisAn affluent and unexceptional homemaker in the suburbs develops multiple chemical sensitivity.[Mov 07 IMDB 7,1/10 {Video}
MAL DO SÉCULO
(Safe, 1995)
"Mais curioso do que propriamente interessante, não é filme que instigue revisões, além de se esgotar meia hora antes do seu término." (Vlademir Lazo)
''O primeiro filme de Todd Haynes foi um curta-metragem de 1985, inspirado no poeta francês Arthur Rimbaud. Desde então, o diretor realizou cinco longas-metragens, dentre eles Poison (1991), Velvet Goldmine (1998), Longe do Paraíso (2002) e Não estou lá (2007). Mesmo optando por manter certa distância do mainstream e do cinema comercial, os filmes de Haynes nunca passaram despercebidos pela crítica. Apesar de ser assumidamente homossexual e de ser muitas vezes associado ao movimento New Queer Cinema, o diretor sempre evitou rótulos para a sua obra, sendo considerado um dos nomes mais importantes do cinema independente americano. ''A Salvo'' (1995) é o segundo longa-metragem do diretor, que também assina o roteiro. O filme é protagonizado por Julianne Moore, com quem Haynes voltaria a trabalhar em Longe do Paraíso, pelo qual ambos concorreram ao Oscar (ele como roteirista, ela como atriz principal). O filme conta a história de Carol White, uma dona-de-casa que leva uma vida bastante confortável com seu marido e enteado no sul da Califórnia. A rotina de Carol consiste em fazer ginástica, encontrar suas amigas ricas e fúteis e supervisionar a nova decoração de sua mansão. No entanto, algo começa a perturbar a vida da dona-de-casa. Ela começa a sentir dores, enjoos, sofrer de insônia, ter problemas de respiração, além de tosses convulsivas. Todos os exames indicam que a saúde de Carol é perfeita, fazendo com que esses sintomas pareçam ainda mais estranhos e quase inexplicáveis. Certo dia, a personagem entra em contato com um grupo de pessoas que acreditam terem a saúde debilitada devido ao acúmulo de substâncias químicas no meio ambiente. Carol acaba por se convencer que sofre também de sensibilidade a químicos, transformando completamente a sua vida e se isolando da sociedade.''A Salvo'' é um filme incômodo e perturbador. O brilhantismo do roteiro de Haynes é o de abrir as portas a várias leituras e interpretações. O diretor-roteirista parece retratar no filme o mal-estar da civilização e a confusão existencial do homem pós-moderno. Carol White é o símbolo do indivíduo desajustado, perdido, aterrorizado pela profusão de informações e engolido pelo medo. O cotidiano da protagonista é invadido por todo tipo de notícias relacionadas à morte, a doenças e a outros perigos mil. A personagem acaba por desenvolver um tipo de hipocondria existencial, não podendo mais viver a mercê dos perigos da vida em sociedade. De natureza psicossomática ou não, os sintomas desenvolvidos por Carol acabam por revelar sua inaptidão em manter um determinado estilo de vida. Haynes nos dá algumas pistas para tentar compreender a natureza de Carol. A dona-de-casa impressiona pela sua extrema fragilidade, algo que fica nítido na fantástica composição de Julianne Moore. A voz delicada e sem força da personagem, denuncia sua personalidade passiva, sem vida, quase desinteressante. Em uma das primeiras cenas do filme, assistimos a uma cena de sexo, em que a protagonista fica completamente a mercê do marido, como se estivesse anestesiada, apenas cumprindo uma missão imposta pelo casamento. Sem vontades, sem voz e sem lugar no mundo, Carol parece carregar um vazio emocional profundo e podemos formular a hipótese de que sua "doença" seja, de fato, uma alergia a si mesma. Sua crise pode muito bem estar ligada a um grave problema de auto-estima, a uma absoluta falta de amor a si mesma, ou ao que ela se tornou. É interessante perceber que, em determinada cena, a personagem se vê incapaz de se lembrar da própria infância, como se ela simplesmente não houvesse existido. O isolamento de Carol talvez revele uma necessidade de autoconhecimento e de descoberta de sua individualidade. O mal-estar físico de Carol também pode ser visto como um alarme de segurança, um desejo de autoconservação. O spa onde se isola a dona-de-casa é um esconderijo contra os males que afligem o mundo. Não por acaso, na época do lançamento do filme, muitos o consideraram como uma metáfora da propagação da AIDS. O filme reflete uma paranoia generalizada e um desejo de purificação. Haynes não se abstém de mostrar a ironia que consiste em se deixar de viver (isolando-se do mundo), para, justamente, se viver mais. Certamente, o mundo real nos parece, por vezes, inóspito e insalubre, mas será que não é justamente o medo a maior doença do século XXI? A vida do homem pós-moderno é dominada por diversos temores: temos medo da violência, da morte, da destruição ambiental, do terrorismo, dos fenômenos ambientais, da pobreza, do desemprego, etc. ''A Salvo'' funciona, portanto, como uma fábula sobre o poder avassalador do medo. A direção de Todd Haynes acentua o caráter perturbador da história. O cineasta se interessa, por exemplo, ao que podemos chamar de tempos vazios, instantes que não correspondem a acontecimentos. Ao focalizar os momentos mais ordinários da existência de Carol, o diretor chama atenção para a superficialidade da vida da personagem. O diretor ainda dá preferência a longos planos médios e fixos e a uma montagem que confere um ritmo lento à narrativa, escolhas que vão de encontro à sensação de incômodo provocada pela trama. Ao final do filme, Haynes passa a inserir também grandes planos de paisagem que ilustram o retorno da personagem à natureza e seu isolamento. A trilha sonora de ''A Salvo'' é típica de um filme de suspense, sendo fundamental para a construção de uma atmosfera tensa e angustiante. Por fim, a atuação de Julianne Moore é uma pequena obra-prima e a atriz, além de dar vida ao mal-estar existencial (e físico) de Carol, compõe uma personagem que parece ser uma folha em branco ou talvez um papel de seda. ''A Salvo'' não é está entre os filmes mais conhecidos e celebrados da filmografia de Todd Haynes, cineasta também pouco conhecido do grande público. O filme merece, portanto, ser descoberto e admirado pela sua capacidade de sintetizar sentimentos que fazem parte do nosso mundo atual, revelando a fragilidade do homem e sua inaptidão a viver em sociedade." (Leonardo Alexandre)
American Playhouse Theatrical Films Killer Films Chemical Films Good Machine Kardana Productions Channel Four Films Arnold Semler American Playhouse Kardana Films
Diretor: Todd Haynes
6.238 users / 548 face
Soundtrack Rock = Madonna + George Benson + Brian Eno and Robert Fripp + Belinda Carlisle + Kenny Loggins
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Date 06/09/2013 Poster - ##### - DirectorRobert WiseStarsPaul NewmanPier AngeliEverett SloaneBoxer Rocky Graziano's biopic, based on his autobiography, from childhood to his World Middleweight Championship title win at age 28 in 1947.[Mov 07 IMDB 7,4/10 {Video}
MARCADO PELA SARJETA
(Somebody Up There Likes Me, 1956)
"Originalmente da MGM, este filme faz parte da coleção Paul Newman que a Warner está lançando, junto com Harper, o Caçador de Espiões e A Piscina Mortal. "Marcado pela Sarjeta" foi o responsável pela consagração de Newman, num papel que era para ter sido feito por James Dean, mas ele morreu. Newman mostra seu carisma no papel do jovem que, para fugir da vida de marginal, treina para boxeador e acaba se tornando campeão, sempre com a ajuda da namorada/esposa (feita pela doce Píer Angeli, que teria sido o grande amor de James Dean e também teria final trágico quando se matou em 1971, com 39 anos). O título original é bem interessante: alguém lá em cima gosta de mim. E o filme é muito ajudado pelo roteiro de Ernest Lehman, por várias cenas feitas em locação e pela excelente parte técnica - ganhou Oscars de direção de arte e fotografia em preto e branco e foi indicado para melhor montagem. "Marcado pela Sarjeta" é famoso também por ter apresentado ao cinema o iniciante Steve McQueen, que aparece logo no começo, num bilhar, e depois faz parte da gangue de ladrões do herói. Também marcou a estréia no cinema de Robert Loggia, George C. Scott, Frank Campanella e Dean Jones." (Rubens Ewald Filho)
"Dos astros de sua geração formados pelo célebre método do Actors Studio, como Montgomery Clift, Marlon Brando e James Dean, Paul Newman, 81, é o único que tem uma certa leveza, um certo humor auto-irônico. Os outros parecem carregar no rosto atormentado os pecados do mundo. A caixa de três DVDs lançada pela Warner permite constatar a versatilidade de Newman, capaz de transitar à vontade do registro do ódio ao da derrisão. "Marcado pela Sarjeta" (1956), de Robert Wise, segundo longa estrelado pelo ator, lançou-o de imediato ao estrelato. Relato romanceado da vida turbulenta do boxeador Rocky Graziano, o filme não tem a ousadia formal de outro clássico que Wise dedicou ao pugilismo, Punhos de Campeão (1949), mas é uma narrativa pungente do submundo dos imigrantes italianos na Nova York da primeira metade do século 20. Serviu também para firmar a imagem de rebeldia indomável que seria uma das marcas do jovem Newman. Curiosamente, como ficamos sabendo graças aos extras do DVD, o ator só encarnou Graziano porque James Dean, que estava escalado para o papel, morreu antes do início das filmagens. Num límpido preto-e-branco, com uma vívida reconstituição da Nova York dos imigrantes pobres, "Marcado" retrata as recaídas de Graziano na marginalidade como uma via-crúcis em direção à luz. A única coisa que envelheceu foi o seu final carola, que condiz com o título original, Somebody up There Likes Me (alguém lá em cima gosta de mim)." (José Geraldo Couto)
29*1957 Oscar
Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Diretor: Robert Wise
4.789 users / 518 face
Check-Ins 323
Date 15/09/2013 Poster - - DirectorSteven SoderberghStarsChanning TatumAlex PettyferOlivia MunnA male stripper teaches a younger performer how to party, pick up women, and make easy money.[Mov 04 IMDB 6,1/10 {Video/@} M/72
MAGIC MIKE
(Magic Mike, 2012)
"A impressão final é positiva, mas para um diretor como Soderbergh - ou talvez até por isso - o resultado é demasiadamente clean. Tinha fôlego para ser o "Boogie Nights" dos strippers, mas faltou, com o perdão do trocadilho, mais saco roxo aos envolvidos." (Régis Trigo)
"Mais do que exibir apenas homens sarados fazendo strip, Soderbergh consegue desenvolver sua história de forma satisfatória, e, apoiado em uma surpreendente boa atuação de Tatum, faz a plateia se identificar pelo personagem. Previsível, mas bem realizado." '(Silvio Pilau)
''O que pode um corpo? Para responder a essa pergunta que cerca o fascínio exercido pela perfeição física, na qual o termo "sarado" se tornou sinônimo de saúde, "Magic Mike" desce do olimpo das academias e busca um significado fácil. Steven Soderbergh retoma a veia de Sexo, Mentiras e Videotape (1989), seu primeiro longa, para conferir a quantas anda a relação entre tesão, trapaça e a imagem ao alcance de todos. Mas o filme fica bem aquém da demolição da aparência feita, por exemplo, na série Nip/Tuck, ambientada na mesma Flórida embalada a anabolizantes e feromônios. Channing Tatum, ex-modelo e astro emergente, faz o Mike do título, um cara que vive do apelo do seu corpão. Trabalhador braçal de dia e stripper à noite num clube exclusivo para mulheres, Mike junta a grana que a mulherada enlouquecida coloca em sua sunga. Seu projeto é largar a vida dupla e abrir um negócio, uma empresa de móveis artesanais. No caminho da desilusão, o gostosão encontra Adam, um perfeito idiota de 19 anos que logo incendeia as fantasias da plateia feminina do clube Xquisite. E esbarra na ambição de Dallas, o dono do clube e stripper veterano que Matthew McConaughey encarna sem pudores de exibir em close a potência dos seus glúteos. Entre a ingenuidade de Adam e o cinismo de Dallas, Mike percorre um arco que conduz o espectador da amoralidade do sexo casual ao final moralizante, em que o amor tudo salva. No caminho, o filme perde o que tem de mais provocante, além das cenas de nudez. Mais que a Ou Tudo ou Nada, comédia em que os homens tiravam a roupa para sobreviver aos efeitos da crise econômica, "Magic Mike" se aparenta a Showgirls, retrato da ambição que envenenava a ideia de sucesso. O filme de Soderbergh, contudo, prefere restituir a crença nos valores. Depois de uma primeira hora que tira bom proveito da mistura de sacanagem e diversão, a segunda parte entra numa cruzada pelos bons costumes, mostrando que sexo fácil combina com drogas e leva a um universo sem saída ao qual só sobrevivem os pervertidos. A opção conservadora transforma "Magic Mike" numa versão atual dos contos da carochinha, só que apimentado com muitas cenas de homens pelados.'' (Cassio Starling Carlos)
Steven Soderbergh confunde moral e moralismo em filme sobre a crise financeira enquanto emasculação.
"Magic Mike'' começa com o tal Mike (Channing Tatum) levantando pelado da cama, pela manhã. Ele está acompanhado de Olivia Munn, também nua, e de uma segunda garota, não identificada. Percebe-se que a noite foi boa e a personagem de Olivia depois diz que aprecia sair com Mike porque a presença dele facilita que ela pegue outras mulheres na balada. Os tempos nos EUA são de recessão, afinal, e não se deve condenar os meios que as pessoas encontram para encher sua cama dia após dia, mesmo gente linda como Olivia Munn, que não precisaria desse tipo de subterfúgio. O ponto é que o diretor Steven Soderbergh e o roteirista Reid Carolin (que faz uma ponta como um coxinha de finanças) estão interessados em tratar da recessão - e dos meios de sobreviver a ela. Mais ou menos como Ou Tudo Ou Nada, a comédia britânica de 1997 sobre tiozões recém-desempregados que viram strippers, ''Magic Mike'' usa o universo dos Clubes de Mulheres para falar de crise financeira enquanto emasculação. Em Tampa, na Flórida, os bofes depilados que formam o escrete da casa de shows de Dallas (Matthew McConaughey numa versão de verão do Tom Cruise de Magnólia) só podem contar com suas bombas penianas e suas substâncias controladas para se impor novamente onde falhou o capitalismo dos machos alpha. E Mike Mágico, o principal stripper da casa, certamente se impõe. O problema é que, enquanto faz uma defesa meio cínica, meio sentida, do Sonho Americano (cínica nos números musicais, como o do Tio Sam bombado, sentida nas várias tomadas de sol e contraluz na praia, numa vibe bem Americana), o filme vai aos poucos deixando seu discurso sobre a recessão mais óbvio e mais moralista. Mike se revela um aspirante a marceneiro - que quer construir móveis sólidos e não essas mobílias descartáveis que as pessoas compram - e tem crédito negado no banco. Ele diz à gerente que lê os jornais e sabe que, na verdade, quem está na pior são os bancos. Todos sabemos, afinal, mas o filme faz questão de transformar em manifesto essa questão que até então estava subentendida. Soderbergh parece não entender a diferença entre um conto moral e um conto moralista. Contos morais são uma espécie de tradição hollywoodiana em tempos de crise, desde os filmes de Frank Capra pós-Quebra da Bolsa até o Wall Street de Oliver Stone. Já contos moralistas jogam nas costas de personagens o peso de culpas, suas e outras, que eles não conseguem e não deveriam suportar. O excesso de close-ups nos jovens atores e atrizes de Magic Mike é o principal sintoma dessa carga desproporcional. É no close-up, de qualquer forma, que se percebe o ator diferenciado, e digamos que Channing Tatum - cujas experiências reais serviram de base para o roteiro - revela-se melhor stripper do que ator." (Marcelo Hessel)
"Fui assistir ao novo longa de Steven Soderbergh acreditando que o destaque da trama seria Matthew McConaughey, mesmo que em papel coadjuvante. Não confiava que Channing Tatum pudesse exibir algo mais que músculos em cenas de striptease. ''Magic Mike'', inclusive, é inspirado em experiências reais do ator como striper, profissão que exerceu antes da fama. Estava enganado. Tatum, que já havia trabalhado com Soderbergh no fraco A Toda Prova, desenvolve com espírito e carisma seu personagem. É, de fato, a estrela da produção. Ele é o Mike do título, nome artístico que usa num clube de strip de Tampa, Flórida. Lá é a estrela maior de um show ao melhor estilo Clube das Mulheres, em que os dançarinos encarnam personagens do imaginário erótico feminino. Mike, no entanto, não é um cara vazio atrás de fama ou dinheiro fácil. Não vive somente das rebolativas performances que faz no palco e nem mesmo se considera um striper, mas sim um empreendedor. Para divertir as mulheres faz o melhor que pode, mas tem outros propósitos na vida: sonha montar um negócio de móveis sob encomenda. O roteiro foge sabiamente da cilada de transformar Mike em estereótipo. A despeito de seus objetivos como empresário, ele não encara seu trabalho com mal necessário, um fardo. Curte o que faz e se aproveita das vantagens da atividade - o que inclui ter uma vida confortável e a mulher (ou mulheres) que deseja em sua cama. Mas Mike é centrado, tem boa visão de negócio e não se deslumbra com a vida fácil de striper. Enquanto a tão sonhada empresa de móveis planejados não se concretiza, ele investe dinheiro num negócio na área de construção civil. É lá que conhece Adam (Alex Pettyfer), jovem que mente sobre sua experiência para conseguir emprego. Como colocar telhas não é o forte do rapaz, Mike acaba por levá-lo para trabalhar no clube como ajudante. Não demora muito para o bonitão com cara de menino carente ganhe uma chance de subir ao palco sob os olhos atentos de Dallas (Matthew McConaughey), o ambicioso dono do lugar. Existem diversos personagens a orbitar o universo de Mike ao longo da trama, como Brooke (Cody Horn), a preocupada irmã mais velha de Adam. Ela funciona como uma espécie de consciência para Mike, mesmo que em nenhum momento o condene diretamente por seu trabalho. Há também a relação carregada de tensão e desconfiança entre Mike e Dallas. Este quer ampliar seus lucros e transferir a casa de shows para Miami. Mike está disposto a encarar a empreitada desde que possa entrar como sócio do clube. ''Magic Mike'' tem, infelizmente, um final conservador e cheio da típica moralidade norte-americana. Mas não é sem um bom desenvolvimento de seus motivos que os personagens tomam as decisões que tomam. Soderbergh, que há muito não brilha, não se redime de produções abaixo da média como A Toda Prova e Contágio, mas entrega um filme de personagens genuínos e com os quais simpatizamos. Sim, há muitas cenas de striptease e bonitões dançando seminus para divertir o público feminino. Mas há também grande humanidade no personagem Mike, um cara que apenas quer o melhor para sua vida como todos nós. É isso que faz o filme ir além de peitorais e bíceps suados sob holofotes." (Roberto Guerra)
Iron Horse Entertainment (II) Extension 765
Diretor: Steven Soderbergh
79.156 users / 51.886 face
Sountrack Rock = Foreigner + KISS + The Blue Van + Ringside + Cloud Control + The Unknown + The Sheepdogs
Check-Ins 344
Date 30/09/2013 Poster - ## - DirectorJohn StockwellStarsHalle BerryOlivier MartinezRalph BrownA professional diver tutor returns to deep waters after 1 year, following an almost fatal encounter with a great white shark. The nightmare from the deep is still lurking - more carnivorous and hungry than ever.[Mov 01 IMDB 4,2/10 {Video/@@} M/23
MARÉ NEGRA
(Dark Tide, 2012)
"Na época do lançamento do péssimo Mulher-Gato, Halle Berry foi bastante criticada pela participação na produção, incluindo sua performance bastante irregular. Indicada ao Framboesa de Ouro, prêmio para os piores filmes e atores/atrizes do ano, Berry surpreendeu ao aparecer na cerimônia, algo bastante incomum quando um astro hollywoodiano recebe indicações a ele. Ao subir para receber sua estatueta, a atriz fez um protesto contra seu agente pela escolha ruim de trabalhos como esse. Se fizermos uma análise de sua carreira a partir daí, veremos poucos filmes bons como A Estranha Perfeita ou X-Men 3 e, mais uma vez, o fundo do poço com Maré Negra (Dark Tide, 2012). Será que a atriz mudou de agente ou está conformada de suas limitações? Já foram feitas tantas produções com o tema tubarão assassino que é difícil algum filme surpreender. Depois do clássico de Spielberg, o tema foi revisitado diversas vezes, em continuações desnecessárias e tranqueiras como Terror na Água, salvando-se algumas boas ideias (Do Fundo do Mar, Mar Aberto), num oceano de clichês e ideias ruins. Quando surgiram as primeiras notícias sobre Maré Negra, o público já imaginava que coisa boa não viria daí, mas ainda poderia dar algum crédito pela participação de Halle Berry e do francês Olivier Martinez, conhecido pelo seu papel como o amante de Infidelidade. Ralph Brown também é um rosto conhecido para os fãs de Alien 3 e Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma e para aqueles que engoliram Exorcista – O Início, entre outros inúmeros trabalhos. Na direção, era apontado o nome de John Stockwell, que sabe fazer filmes com câmeras submersas como Turistas, Mergulho Radical e A Onda dos Sonhos, tendo apenas que adaptar o roteiro de Ronnie Christensen (Passageiros) e Amy Sorlie, em seu primeiro longa. Ainda assim, realmente não dava para acreditar que algo bom podia sair de uma trama que relacionava tubarões, um episódio trágico, medo de mergulhar e um relacionamento conturbado, simplesmente com o belo corpo da protagonista como motivo para uma conferida! Kate Mathieson (Berry) é uma mergulhadora profissional que adquiriu destaque por ter nadado com grandes tubarões brancos. Além de fazer os mergulhos sem jaula ou equipamento de respiração, ela chama a atenção pela ousadia em passar as mãos nos animais e até mesmo segurar em suas caudas. Com sua fama, ela está desenvolvendo um documentário sobre o tema, com a ajuda de seu namorado e cinegrafista Jeff (Martinez), e de seu mentor. Durante as filmagens, este último é atacado e morto por um tubarão, fazendo-a se sentir culpada e passar a ter medo de entrar na água. Um ano depois do ocorrido, Kate apenas realiza pequenas excursões na Cidade do Cabo, na África, enquanto tenta pagar suas dívidas cada vez maiores, perdendo espaço para um barco concorrente. Ela recebe uma proposta do empresário Brady (Brown) para um novo mergulho com tubarões, algo que poderia solucionar seus problemas financeiros. Além de ter que decidir o que fazer, ela ainda é surpreendida pelo retorno de seu agora ex-namorado, que tenta convencê-la a aceitar esse último trabalho. Kate concorda desde que o passeio aconteça onde ela quer e com o auxílio de uma jaula para proteção. Assim, Kate, com Jeff, o piloto do barco, Brady e seu filho, partem para a missão, que a colocará novamente frente a frente com seus maiores medos. Não há muito mais o que dizer sobre "Maré Negra". O filme ainda se esforça para colocar uma grupo de nadadores e futuros cadáveres, mas é tudo em vão. Tão chato quanto um documentário sobre a vida das lagostas, o filme não vai além do que a sinopse propõe, resumindo-se a cenas longas de mergulho onde nada acontece até surgir um ou outro ataque que só vai atiçar os bocejos do público. Algumas brigas internas, o estado terminal do empresário (se ele morrer, você não vai sentir pena) e uma morosidade capaz de deixá-lo mareado. Por todas essas e muitas outras, "Maré Negra" não merece recomendação alguma. Em caso de falta de opção, veja Procurando Nemo ou quem sabe até mesmo A Pequena Sereia, muito mais assustadores do que esta porcaria." (Marcelo Milici)
Magnet Media Group Magnet Media Productions Magnet Media Productions Mirabelle Pictures Film Afrika Worldwide Cinedigm Lipsync Productions Social Capital
Diretor: John Stockwell
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Check-Ins 360
Date 12/10/2013 Poster - ##