Ficção poética mais que ficção dramática, MOIA é uma indagação dos traços de uma crioulidade sedimentada numa dinâmica Africana, Atlântida e Lusófona. O perfil e o percurso da protagonista, a convergência das muitas componentes que podem perturbar e reordenar os fundamentos de uma identidade que tende a exceder as categorias politicas, geográficas e históricas. Assim é que a circunstância insular e a exuberância vulcânica da terra e da expressão Cabo-verdianas acolhem as inquietações personalizadas de uma insularidade psicológica e social que veicula o eco de uma África que leva as suas ultimas consequências o confronto shakesperiano entre Própero e Caliban. Uma indagação cinematográfica acerca de tal ordem de emoções não poderia dispensar o recurso ao fantástico, ao delírio e ao arrojo poético. É disso que se faz qualquer futuro. A mestiçagem traduzida em planos. Ruy Duarte de Carvalho